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19 de September de 2016

Baixa umidade aumenta risco de infecções no nariz, garganta e ouvido

A baixa umidade, tão comum no Distrito Federal nesta época do ano, dificulta a dispersão dos poluentes no ar. Ao mesmo tempo, as secreções que recobrem e protegem as vias aéreas, normalmente fluidas, tornam-se mais espessas nesse período, facilitando a penetração de agentes externos no organismo. Combinados, esses dois fatores aumentam a frequência de infecções das vias aéreas superiores (nariz, garganta e ouvido).

 

“Entre os tipos de infecções mais comuns estão as rinossinusites, rinites alérgicas, faringites, otites e o comprometimento pulmonar, principalmente com um aumento nas crises de asma e bronquites”, explica a otorrinolaringologista do Hospital Santa Lúcia, Larissa Camargo.

 

Em períodos secos também são muito comuns sangramentos nasais, o ressecamento dos olhos, a sensação de garganta arranhando, tosse seca, pigarro, mal-estar, espirros, obstruções nasais, aumento da frequência respiratória e irritações oculares.

 

“Por isso, é preciso estar sempre atento à persistência e piora desses sintomas, especialmente o surgimento de febre, agravamento da tosse, aumento e espessamento das secreções e das dificuldades respiratórias”, alerta a especialista, ao ressaltar que o organismo de pessoas com boa imunidade costuma afastar os sintomas das infecções de vias aéreas em até uma semana.

 

Fumantes também estão mais propensos a problemas nas vias aéreas superiores em períodos de estiagem porque a fumaça do cigarro estimula um processo inflamatório persistente nas mucosas de todas as vias aéreas superiores e inferiores, reduzindo a capacidade de proteção oferecida pelos cílios da mucosa e o próprio muco (barreiras primárias) e favorecendo a penetração de agentes externos como poeiras, vírus e bactérias.

 

CUIDADOS ESPECIAIS – Pacientes que apresentam doenças pulmonares estruturais, como enfisema pulmonar; os que possuem fatores de risco para exacerbações de crises asmáticas; aqueles com quadros infecciosos pulmonares, muito comuns em idosos; e os indivíduos com rinossinusites crônicas e rinite alérgica precisam fazer o acompanhamento permanente do seu estado de saúde com pneumologistas, otorrinolaringologistas e pediatras, no caso de crianças.

 

Além disso, esses pacientes e a população em geral devem tomar cuidados adicionais em épocas de seca. Os principais são manter uma alimentação rica em frutas, hidratar-se sempre e não permitir a sensação de sede, lavar o nariz, usar protetores labiais, lubrificar os olhos e praticar exercícios físicos antes das 10h e após as 16h, quando a umidade melhora e o efeito do calor do sol é menor.

 

Em casa, também é importante usar panos molhados ou úmidos para a limpeza dos ambientes, evitar pelúcias, tapetes e cortinas, manter baldes de águas e toalhas úmidas espalhados pelos cômodos e tomar banhos mais rápidos e mais frios para reduzir a desidratação.

 

“É interessante ainda evitar o uso de ar-condicionado, que desidrata o ambiente, e utilizar umidificadores em intervalos de 3 a 4 horas antes de dormir, com cuidado para evitar umidade excessiva nas paredes e estofados, porque isso aumenta a chance de proliferação de fungos”, detalha a médica Larissa Camargo.

 

CRIANÇAS E IDOSOS – Segundo a especialista, a frequência cada vez maior de crianças pequenas em creches e escolas propicia o aumento dos casos de infecções pelas vias áreas na população infantil, especialmente neste período mais seco.

 

“Precisamos estar alertas, porque as crianças desidratam muito mais rapidamente, uma vez que sua composição corpórea proporcional de água é bem maior e que, nesta faixa etária, o sistema imunológico ainda está em amadurecimento”, justifica a otorrinolaringologista do Santa Lúcia.

 

Entre os idosos, a desidratação também é mais acelerada porque o centro de estímulo à sede no cérebro tem menor sensibilidade e eles tendem a perceber os sinais com menos frequência. Logo, para reduzir as chances de desidratação, nesta faixa etária é preciso ingerir água mesmo sem vontade.

 

QUANDO PROCURAR UM ESPECIALISTA – O otorrinolaringologista é o profissional responsável pelos cuidados com as vias aéreas superiores, e uma consulta a este especialista é sempre indicada quando os sintomas de infecções evoluem rapidamente e os tratamentos iniciais são surtem os efeitos desejados.

 

Entre as principais orientações e recomendações deste profissional podem estar a lavagem nasal com seringa e solução fisiológica, o uso de medicamentos antitérmicos e analgésicos ou até mesmo
de corticoides orais e nasais, antialérgicos e antibióticos