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07 de December de 2017

Câncer de pele é o tumor mais frequente no Brasil

O câncer de pele, provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a epiderme, é o tumor mais frequente no Brasil e corresponde a 30% de todos os casos de câncer registrados no país. De acordo com o tipo de célula da pele que originou o tumor, a doença pode ser classificada em melanoma — menos frequente, agressivo e letal — e não melanoma — mais comum e de menor gravidade.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no ano passado, 175.760 brasileiros foram diagnosticados com câncer de pele não melanoma e 5.760 com o do tipo melanoma. Apesar de alguns pacientes desenvolverem a doença mesmo não apresentando fatores de risco conhecidos, o câncer de pele não melanoma está comumente associado à exposição à radiação UV, idade avançada, herança genética, cor de pele mais clara, radioterapia prévia e inflamações crônicas (como queimaduras anteriores), além de infecções pelos vírus HIV ou HPV, entre outras causas.

“O sol é a principal fonte de UV e o efeito gerado pela radiação ultravioleta B (UVB) na pele pode provocar danos ao DNA, gerando o tumor. Os idosos têm mais chance de ter câncer de pele devido à exposição ao sol acumulada ao longo do tempo, e pessoas com tons de pele mais claros (menos melanina) têm uma menor proteção contra as radiações UV”, detalha a oncologista do Hospital Santa Lúcia, Cláudia Ottaiano.

De acordo com ela, pacientes que se submeteram à radioterapia durante um tratamento anterior de câncer apresentam maior chance de desenvolver tumores de pele na área que foi irradiada, assim como os imunossuprimidos (com menor defesa imunológica), a exemplo dos portadores de HIV.

“Além disso, ter tido um câncer de pele é um importante fator de risco para desenvolvimento de outros cânceres de pele, porque pacientes que têm o diagnóstico da doença provavelmente apresentam os fatores de risco acima descritos”, observa a especialista.

CUIDADOS – Para prevenir o câncer de pele, alguns cuidados — como limitar a exposição a raios solares e utilizar protetor solar diariamente— são fundamentais, assim como o uso de chapéu com aba para exposições ocasionais ao sol.

Segundo o INCA, o ideal é evitar tomar sol das 10h às 16h e utilizar filtros solares com fator de proteção 15 ou mais, além de roupas, chapéus, guarda-sol e óculos escuros. “Mas é importantíssimo também observar a pele. Em caso de lesões novas, irregulares, com sangramento, o paciente deve procurar imediatamente o dermatologista e, se for preciso, fazer o acompanhamento complementar num centro de oncologia”, destaca Ottaiano.

PRINCIPAIS SINTOMAS – A Sociedade Brasileira de Dermatologia orienta atenção urgente a lesões de pele com as seguintes características:

  • Aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
  • Pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
  • Mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer e apresenta coceira, crostas, erosões ou sangramento.

TRATAMENTOS – Em geral, tumores de pele diagnosticados precocemente, sejam do tipo melanoma ou não melanoma, são tratados com a retirada cirúrgica do tumor e têm bons índices de cura. No caso dos melanomas iniciais, a cirurgia é o tratamento mais indicado. A radioterapia e a abordagem sistêmica também podem ser utilizadas, a depender do estágio do câncer.

Já nos casos de doença metastática — quando as células tumorais se espalharam para outros órgãos —, relevantes avanços aconteceram nos últimos anos. A imunoterapia, que age regulando o sistema imunológico do paciente contra as células tumorais, e as drogas específicas para paciente que apresentam mutação do gene BRAF mudaram o cenário do tratamento do melanoma avançado.

“Há cerca de 5 anos considerávamos o melanoma metastático uma doença com curta perspectiva de vida para o paciente. Hoje, com o avanço das imunoterapias e drogas-alvo, temos uma melhora na perspectiva de vida e, em alguns casos o desaparecimento da doença mesmo em casos de doença avançada”, revela a oncologista. “O perfil de toxicidade do tratamento também melhorou muito. Conseguimos tratar estes pacientes melhor, com poucos efeitos colaterais e de maneira mais efetiva”, acrescenta.

O SANTA LÚCIA – O novo Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia tem uma equipe preparada para o cuidado integral ao paciente, com uma equipe multidisciplinar que inclui as especialidades médicas Oncologia Clínica, Radioterapia e cirurgia oncológica.

“Em reunião interdisciplinar, discutimos todos os casos a serem tratados e pensamos o caso do paciente frente aos dados mais atuais e relevantes. O trabalho conjunto da Nutrição, Fisioterapia, Odontologia, Psicologia e Enfermagem também nos permite oferecer um cuidado integral e humanizado ao paciente”, finaliza a médica.