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20 de May de 2016

Cirurgia endovascular oferece mais segurança ao tratamento de pacientes com aneurisma da aorta

Os aneurismas são dilatações segmentares semelhantes a bolhas em uma mangueira que envolvem uma ou mais porções da aorta, a maior artéria do corpo humano. Se não forem tratadas precocemente, eles podem sangrar e provocar hemorragia interna no tórax ou abdome. Nestes casos, a taxa de mortalidade é altíssima e pode chegar a aproximadamente 90% dos casos.

Atualmente, a técnica mais utilizada para o tratamento do aneurisma da aorta é a cirurgia endovascular. Semelhante a um cateterismo, ela é mais segura e minimamente invasiva, já que é realizada com acesso pela virilha do paciente, sem a necessidade de abertura do tórax ou abdome.

“A maioria dos aneurismas da aorta podem ser tratados com a técnica endovascular, por meio da incisão/ punção apenas pelas virilhas. Habitualmente, também não há transfusão sanguínea ou necessidade de anestesia geral. Isso faz com que o tempo médio de internação seja de apenas dois dias: o primeiro, no pós-operatório imediato em UTI, e o seguinte no apartamento”, explica o cirurgião endovascular do Hospital Santa Lúcia, Gustavo Paludetto.

De acordo com ele, todo o planejamento de ações para o tratamento dos aneurismas da aorta necessita de equipes muito bem preparadas e máquinas de última geração. “Iniciamos o trabalho com exames de imagem, como tomografia ou ressonância específica para vasos e, a partir daí, o tratamento é planejado”, revela o especialista.

A presença de equipamentos de hemodinâmica com capacidade de reconstrução tridimensional e navegação virtual, como a GE Innova Biplane, disponível no Santa Lúcia, permite o implante preciso dos stents, pequenas próteses em formato de tubo colocadas no interior de uma artéria para tratar obstruções e aneurismas, com uso de doses mínimas de contraste e radiação. “Isso diminui riscos e aumenta o sucesso terapêutico”, avalia o profissional.

O tratamento de pacientes com aneurisma da aorta deve ser realizado pelo cirurgião endovascular especialista, além de uma equipe de cirurgiões vasculares e cardiovasculares, cardiologistas e UTI especializada em doenças cardiovasculares.

DIAGNÓSTICO – Os aneurismas da aorta são mais frequentes em pacientes tabagistas, com hipertensão arterial sistêmica, alterações nas taxas de colesterol e antecedentes familiares de aneurisma, e atingem de 6 a 12 pessoas a cada 100 mil habitantes ao ano.

Eles começam surgir próximo aos 50 anos de idade, sendo pouco frequentes abaixo dos 55 anos e atingindo sua maior incidência entre 70 e 80 anos. Nas mulheres, os aneurismas começam a aparecer em idade mais avançada, acima dos 60 anos. A prevalência é de cerca de 5% nos homens e 1% nas mulheres acima de 55 anos.

O diagnóstico pode ser iniciado pelo cardiologista clínico, que encaminha o paciente para o cirurgião endovascular. Nesta consulta serão solicitados os exames de angiotomografia ou angiorressonância específicos para aneurismas, além do rastreamento de outras doenças vasculares.

Após a identificação do aneurisma, uma equipe médica de especialistas define qual será a melhor estratégia para o tratamento da doença, levando em consideração o melhor benefício e o menor risco para o paciente.