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20 de March de 2016

Dores na região pélvica e baixo abdome podem ser sintomas de pubalgia

Praticar atividades esportivas pode ser muito divertido e, sem dúvida, contribuir para uma vida saudável. Contudo, fazer exercícios de grande contato físico e que exigem mudanças frequentes na direção do corpo pode levar o indivíduo a um quadro de pubalgia, caracterizada pela presença de dor na região pélvica, baixo abdome e região inguinal (uni ou bilateralmente), com extensão até a parte interna da coxa.

Os principais esportes envolvidos no surgimento de pubalgia são o futebol, hóquei, futebol americano, basquete, tênis, rúgbi e handebol. “Todos estes esportes exigem dos grupos musculares destas regiões movimentos súbitos, repetitivos e principalmente de torção, giro e chute, em geral em alta velocidade”, explica o ortopedista do Hospital Santa Lúcia, Fábio Geraldi Figueiredo.

De acordo com o médico — que também é traumatologista, especializado nas patologias e cirurgias da pelve e do quadril —, a pubalgia tem cura na maioria dos casos, mas, sem o devido tratamento, pode evoluir e se tornar crônica, chegando até mesmo a incapacitar o indivíduo para a prática esportiva.

FATORES DE RISCO – Além das atividades físicas mencionadas, entre os principais fatores de risco para a pubalgia estão o sedentarismo, a atrofia e o encurtamento muscular, o sobrepeso e posturas incorretas ao sentar. Deformidades mecânicas do aparelho locomotor, congênitas ou em decorrência de traumas que podem ter gerado fraturas, luxações e/ou lesões ligamentares sem correção também podem provocar a doença.

“Apesar de a pubalgia ser mais comumente associada a atletas, a crescente procura por atividades físicas como hábito de vida saudável tem feito com que mais pessoas não atletas apresentem dor púbica. A pubalgia não tratada pode provocar osteíte púbica, que é a degeneração da articulação púbica, quadro muito doloroso e de difícil tratamento”, alerta Fábio Figueiredo.

TRATAMENTO – Na maior parte das vezes o tratamento é não cirúrgico e envolve a modificação de hábitos de saúde, como a manutenção do equilíbrio do peso corporal e prática de esportes com acompanhamento médico necessário para adequar a atividade ao objetivo buscado e ao esforço físico permitido.

O tratamento sem cirurgia pode incluir desde a correção do tipo de calçado usado pelo paciente ao uso de medicamentos e protocolos fisioterápicos específicos, com exercícios ativos que buscam o equilíbrio e reforço muscular.

Em geral, a intervenção cirúrgica é necessária quando, após um período mínimo de 6 meses para mulheres e 8 meses para homens, os medicamentos e mudanças de hábitos não surtem os efeitos desejados. “Esse tempo cai para 3 meses em atletas de alta performance e em casos associados a distúrbios da pelve e do quadril, onde há possibilidade de correção mecânica”, detalha o médico.

DIAGNÓSTICO – Embora a pubalgia seja um quadro relacionado a um distúrbio mecânico e corrigível, o diagnóstico precisa considerar a possibilidade de outras patologias, a exemplo de fraturas por estresse, doenças dos quadris, tumores pélvicos e doenças do aparelho geniturinário.

O especialista deve analisar a queixa descrita pelo paciente e realizar exames clínicos, com testes e manobras específicos, além de exames de imagem, como radiografia e ressonância nuclear magnética.