Voltar
Compartilhe:
04 de May de 2014

Fibrilação Atrial Pode Causar AVC

A fibrilação atrial (FA) é uma arritmia cardíaca que tem por característica a contração ineficaz do coração, o que resulta no bombeamento irregular do sangue para fora do átrio, provocando batimentos acelerados. Sua incidência favorece a formação de coágulos no interior da cavidade cardíaca que, ao atingirem a circulação, podem facilitar a ocorrência de acidente vascular isquêmico. As principais causas são o aumento da pressão sanguínea, valvulopatias, arteriosclerose, diabetes, distúrbios da tireoide, estresse agudo e o uso abusivo de drogas estimulantes. A prevalência aumenta com o avanço da idade, atingindo mais de 10% de idosos acima de 70 anos. “Os sintomas são bem claros, como palpitação, fadiga, falta de ar, tonturas e desmaios. Entretanto, algumas pessoas só descobrem que têm a doença durante uma consulta médica. É importante ficar atento aos sinais e tratar o problema, que pode evoluir para insuficiência cardíaca e AVC”, esclarece José Sobral Neto, cardiologista do Hospital Santa Lúcia.

 

 

O diagnóstico da fibrilação atrial não é uma tarefa difícil. A realização de exame cardiológico de rotina consegue detectar anormalidades nos batimentos e pulsação, um indício do problema. “A FA é facilmente reconhecida como um traçado irregular no eletrocardiograma. É possível detectá-la através de um Holter, a gravação contínua do eletrocardiograma por 24 horas”, explica o médico.

 

 

O tratamento é basicamente medicamentoso e estabelecido a partir da gravidade da doença para reversão do quadro. Pode ser feito através do uso de drogas antiarrítmicas, drogas antiadesivas plaquetárias ou anticoagulantes, ou pela realização de procedimentos mais invasivos, como a cardioversão, que consiste na aplicação de choque elétrico no tórax do paciente. Em casos específicos ainda sugere-se a ablação. “Em casos selecionados, pode ser necessária a ablação (cauterização) dos focos da arritmia através de um procedimento invasivo, eletivo, com aplicação de energia de radiofrequência nas aurículas visando destruir à áreas desencadeadoras da arritmia”, observa Sobral.

 

 

O médico explica que existem ainda os portadores de fibrilação atrial crônica, situação em que se torna impossível a reversão da arritmia. “Nestes casos, a conduta médica será pelo uso de medicamentos que controle a frequência cardíaca”.

 

 

Para ajudar a impedir uma fibrilação atrial, alguns fatores de risco podem ser controlados ou modificados, tais como colesterol, hipertensão, sedentarismo, uso de tabaco e álcool, consumo de cafeína, excesso de peso e apneia do sono.

 

 

Tipos de fibrilação atrial:

  • Paroxística (ocasional) – fibrilação atrial que dura de poucos segundos a alguns dias e, então, para por si só;
  • Persistente – fibrilação atrial que não para por si, mas que parará se for ministrada medicação ou um tipo especial de choque elétrico (cardioversão) para ajudar o coração a voltar ao seu ritmo normal;
  • Permanente – a fibrilação atrial está presente em todos os momentos e não pode ser reparada com medicação ou cardioversão.