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01 de December de 2015

Integração multidisciplinar melhora qualidade de vida de pacientes com câncer

A qualidade de vida de um paciente com câncer está relacionada não apenas aos cuidados médico-oncológicos que recebe, mas também ao trabalho integrado feito com o auxílio de profissionais de outras especialidades — psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e odontólogos — que atuam para oferecer mais conforto e minimizar os impactos negativos da doença.

 

“Ao receber um diagnóstico de câncer, o paciente e seus familiares buscam imediatamente saber quais as alternativas terapêuticas mais eficazes para obter a cura e, quando ela não é possível, que recursos estão disponíveis para aumentar a sobrevida com o menor impacto desejável na sua rotina e estado físico”, explica o onco-hematologista do Hospital Santa Lúcia, Eduardo Ribeiro.

 

Durante o tratamento, o paciente e sua família percebem a importância de contar com uma variedade de profissionais que componham um time multidisciplinar. “Cabe ao médico atualizar-se e trazer essas opções para a luz da discussão. A equipe do Centro de Oncologia e Hemoterapia do Hospital Santa Lúcia tem profissionais preparados para este trabalho conjunto”, ressalta.

 

PSICOLOGIA – Um dos primeiros cuidados recomendados é o psicológico, por conta do impacto inicial do diagnóstico. “Não é incomum que alguns pacientes já possuam alguma enfermidade psíquica prévia, como depressão, ansiedade e pânico, o que torna ainda mais complexo o seguimento destes doentes”, conta o médico.

 

O psicólogo, especialista em oncologia, atua também para minimizar as incertezas comuns sobre o tratamento, que incluem mudanças na vida pessoal e profissional do indivíduo, intercorrências e efeitos colaterais da terapia, além de cuidados paliativos nos casos em que a medicina tradicional trabalha para dar conforto a pacientes terminais.

 

NUTRIÇÃO – Os índices de sucesso nos tratamentos têm sido muito maiores do que os de insucesso, a depender do tipo de câncer, do órgão afetado e, sobretudo, da condição clínica prévia do paciente. Mas não há dúvidas quanto à importância de uma nutrição adequada com impacto em diversos aspectos do tratamento.

 

“O acompanhamento nutricional atua na recuperação do estado nutricional e orienta o paciente sobre como manter uma adequada ingestão de nutrientes e calorias durante o tratamento, melhorando sua resposta imunológica”, detalha Eduardo Ribeiro.

 

FISIOTERAPIA – A depender do tipo de câncer, o paciente pode necessitar de reabilitação de funções perdidas ou comprometidas de órgãos que possam ser afetados pela doença ou pelo tratamento cirúrgico usado para curá-la. É aí que entra o profissional de fisioterapia oncológica.

“É frequente a necessidade de reabilitação respiratória em pacientes com câncer pulmonar que tenham retirado segmentos ou até mesmo um pulmão inteiro. O esvaziamento de gânglios da axila de mulheres com câncer de mama pode gerar sequelas para o braço do mesmo lado, como edemas, formigamento e restrições de movimento. E pacientes com câncer uroginecológico podem precisar de reabilitação de funções de continência urinária e sexual”, exemplifica o médico.

 

ODONTOLOGIA – A cavidade oral é fonte importante de agentes infecciosos que penetram na circulação sanguínea e que podem ocasionar infecções gravíssimas. Para evitá-las, a equipe do Santa Lúcia conta com odontólogos especializados em oncologia, que atuam na profilaxia de infecções e na recuperação de lesões infecciosas, medicamentosas ou por radiação que afetem a cavidade oral.

 

“Alguns tratamentos ocasionam as chamadas mucosites, lesões provocadas pela quimioterapia ou pela radioterapia no epitélio que reveste a boca e a faringe. Em geral, essas lesões são dolorosas e interferem na deglutição de líquidos e alimentos, piorando, portanto, o estado nutricional do paciente. Por esta razão, o trabalho dos odontólogos é essencial”, finaliza Eduardo Ribeiro.