Voltar
Compartilhe:
07 de June de 2015

Nova técnica amplia diagnóstico precoce do câncer de pulmão

Chances de cura com cirurgia e sem quimioterapia chegam a 80% nos estágios iniciais da doença

 

 

Os hospitais do Grupo Santa – Santa Lúcia, Santa Helena, Prontonorte e Maria Auxiliadora – serão os primeiros do Brasil a incluir em seus protocolos de atendimento, de forma ampla e sistemática, a tomografia computadorizada de baixa dosagem sem o uso de contraste intravenoso no diagnóstico precoce do câncer de pulmão.

 

 

Nos casos em que a doença ainda está na fase inicial, a cirurgia pode levar os índices de cura a 80% sem a necessidade de quimioterapia. “O câncer de pulmão é o segundo mais frequente entre os homens, atrás apenas do de próstata. Contudo,  co que mais mata. Nas mulheres, é o segundo tipo de câncer mais letal, vindo logo após o câncer de mama”, revela o cirurgião torácico do Hospital Santa Lúcia, Humberto Alves de Oliveira.

 

 

O exame não necessita de preparo especial e não tem efeitos colaterais. “O que muda, principalmente, é a técnica utilizada, que padroniza uma quantidade de radiação até 10 vezes menor que a convencional, mantendo a mesma qualidade na identificação dos nódulos pulmonares a partir de 3mm de diâmetro”, explica o especialista.

 

 

O protocolo para esse exame vem sendo aplicado em larga escala nos Estados Unidos e Inglaterra desde 2011, a partir da sua publicação no periódico científico New England, uma das revistas mais respeitadas no mundo nessa área. A redução da exposição do paciente à radiação é uma das principais vantagens da técnica.

 

 

“Para se ter uma ideia, a radiação de uma tomografia comum chega a ser 100 vezes maior que a de uma radiografia simples de tórax”, explica o especialista. Além disso, alguns indivíduos apresentam alergia ao contraste intravenoso, que também pode causar problemas renais, especialmente entre os mais idosos. “Sem o contraste e com baixa radiação, praticamente não há riscos”, enfatiza.

 

 

AGRESSIVIDADE – Em seu estágio inicial, o câncer de pulmão não costuma apresentar sintomas. Isso faz com que a maioria dos casos seja diagnosticada em estágio muito avançado, impossibilitando a ressecção cirúrgica, o que ocasiona a morte de aproximadamente 70% dos pacientes em menos de um ano após sua descoberta, apesar dos tratamentos quimioterápicos.

 

 

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a probabilidade de um fumante desenvolver a doençaéo20 a 30 vezes maior do que o não fumante. “O câncer de pulmão precisa ser descoberto antes de provocar sintomas. Só assim conseguiremos salvar mais vidas e diminuir as estatísticas de mortalidade no país”, ressalta o cirurgião.

 

 

MAIS VANTAGENS – A tomografia computadoriza sem contraste e de menor radiação age com precisão na identificação de lesões suspeitas a partir de 3mm que, em muitos casos, podem ser acompanhadassem a necessidade de um procedimento invasivo, como uma cirurgia.

 

 

“O paciente fica, em média, menos de cinco minutos na sala para realização do exame, que dura poucos segundos. A liberação do laudo depende da urgência exposta pelo médico solicitante, mas em média, leva de um a dois dias úteis”, detalha Humberto Alves.

 

 

QUEM DEVE FAZER O EXAME – O protocolo é recomendadopara pacientes entre 55 anos e 75 anos de idade que fumam, em média, um maço de cigarros por dia, ou que pararam de fumar há menos de 15 anos, além dos que possuem histórico familiar de câncer. Por causa da radiação, mulheres gestantes não devem se submeter ao exame.