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20 de November de 2015

Exercícios físicos melhoram saúde de pacientes com asma

A prática regular de atividades físicas pode melhorar a condição de saúde dos pacientes com asma e ajudar a diminuir a tendência ao cansaço provocado pela doença. Contudo, para que ela seja segura e eficaz, o ideal é que o asmático procure um pneumologista e avalie o funcionamento do seu sistema respiratório, garantindo que a asma esteja sob controle.
“Pessoas com asma que não praticam exercícios tendem a sentir mais cansaço do que as que realizam. Alguns pacientes, por medo de uma crise exacerbada pelo esforço físico, podem criar aversão a atividades que exijam mais da sua respiração, mas é possível ser asmático e praticar esportes. O essencial é fazer isso a partir de uma avaliação feita pelo médico especialista”, afirma o pneumologista do Hospital Santa Lúcia, Jefferson Fontinele.
A asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada pelo estreitamento dos brônquios (pequenos canais de ar dos pulmões), que dificulta a passagem do ar e compromete a respiração. Ao contrário do que se pensa, na asma é mais difícil expirar do que inspirar. Isto porque o muco segregado pelos brônquios impede que o ar saia dos pulmões, provocando uma forte sensação de sufocamento.
De acordo com Fontinele, a consulta ao especialista deve acontecer antes do início de qualquer atividade física, para confirmar o controle da doença e identificar outras condições que possam colocar o paciente em risco. “Caso não esteja controlada e o paciente apresente sintomas persistentes e diários de tosse, falta de ar, tosse seca e chiado no peito, as chances e uma crise asmática grave são grandes”, explica.
Conhecida como um dos esportes mais completos, a natação possui, de fato, algumas vantagens para o paciente com asma: além de ser mais efetiva para exercitar os músculos respiratórios, a posição em que é praticada (horizontal) facilita a eliminação de secreções nas vias aéreas. Porém, é preciso ter cuidado e evitar piscinas com cloro porque, em pessoas suscetíveis, a substância pode desencadear crises.

PRECAUÇÕES – Pessoas com asma devem evitar fazer exercícios aeróbicos de longa duração, como maratona e ciclismo. “Em geral, esportes de longa duração que não permitem o descanso devem ser evitados. Exercícios físicos intensos e continuados podem expor os brônquios a um esforço maior que a sua capacidade”, afirma o pneumologista.
Outro cuidado necessário diz respeito à realização de atividades físicas ao ar livre em períodos de clima seco e frio, quando a suscetibilidade para uma crise aumenta. “Neste período, é mais interessante dar preferência a exercícios em ambientes climatizados”, ressalta Jefferson Fontinele.
“Desde que cercado das devidas precauções, associando medidas preventivas e o uso adequado de esquemas de tratamento recomendados por um especialista, o asmático pode praticar muitos tipos de esporte. Atletas vencedores como o judoca Aurélio Miguel, o ginasta Diego Hipólito e o jogador de futebol David Beckham têm asma e são exemplos disso”, finaliza o médico.

MAIS SOBRE A DOENÇA – A asma pode se manifestar em qualquer época da vida, inclusive na fase adulta, quando o indivíduo se expõe mais ao meio ambiente. O histórico familiar da doença é um importante fator de risco, mas são as situações externas que costumam desencadear as crises ou, ainda, determinam a ocorrência ou não de sintomas. A exposição ao frio, o contato com poeira, mofo, produtos de limpeza, odores fortes e fumaças (principalmente de cigarro) podem fazer com que uma pessoa predisposta manifeste os sintomas.
Todos os pacientes com asma persistente devem ter um plano, escrito por seu médico, com as medidas que deverão ser tomadas em caso de crise. O tratamento da doença persistente é prolongado e, depois de obter o controle dos sintomas, é fundamental manter a medicação por um período aproximado de três a seis meses. Só então as doses devem ser diminuídas gradativamente, sempre sob orientação médica.