Linfoma é um tipo de câncer do sistema linfático, que basicamente é constituído por órgãos em todo corpo que produzem e armazenam células que combatem infecções. Tais células são denominadas leucócitos ou glóbulos brancos. Entre os tipos de leucócitos existem os linfócitos, que — nos casos de doenças linfoproliferativas como os linfomas — sofrem transformação neoplásica em um ponto específico de seu processo de ativação. Assim, quando uma pessoa apresenta um linfoma, é porque os linfócitos se tornaram anormais e perderam o controle de seu crescimento. Tais células podem, então, percorrer diferentes partes do corpo, tendo preferência pelos linfonodos.

Os linfomas não Hodgkin se tornam mais comuns com o aumento da idade. Por outro lado, o linfoma de Hodgkin, em países desenvolvidos, tem acometimento denominado bimodal, ou seja, que apresenta curvas de frequência com dois picos. O primeiro pico ocorre entre adolescentes e adultos jovens (entre 15-39 anos) e há um aumento progressivo de incidência a partir dos 55 anos. Nos países em desenvolvimento, não há o padrão bimodal, ocorrendo uma incidência um pouco expressiva na primeira infância, com aumento progressivo a partir dos 40-50 anos de idade.

A incidência de novos casos de linfoma de Hodgkin permaneceu estável nas últimas cinco décadas, sendo a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para cada ano do biênio 2018-2019, de 1.480 casos novos entre os homens e 1.050 casos entre as mulheres. Isso equivale a um risco estimado de 1,43 caso para cada 100 mil homens e 0,96 caso para cada 100 mil mulheres. A mortalidade, graças aos avanços no tratamento, tem sido reduzida drasticamente com os anos.

Já o número de casos de linfoma não Hodgkin duplicou nos últimos 20-25 anos, principalmente entre idosos (maior que 60 anos). Até o momento, este fator tem sido atribuído ao envelhecimento da população. De acordo com o INCA, houve incremento de 17% na taxa de mortalidade por linfoma não Hodgkin no período de 2004-2013. Em 2013, dos óbitos registrados, 62% eram idosos. A estimativa de casos novos para cada ano do biênio 2018-2019 é de 10.180, sendo 5.370 homens e 4.810 mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado em 5,19 casos novos para cada 100 mil homens e 4,55 para cada 100 mil mulheres.

Quais são as principais causas e fatores de risco deste tipo de câncer?

Não existe fator etiológico definido. No entanto, linfomas ocorrem mais frequentemente em pessoas com comprometimento do sistema imune (por exemplo, aquelas acometidas pelo vírus do HIV, pacientes transplantados ou que fazem uso de medicações chamadas imunossupressoras) e têm associação com alguns tipos de infecção como as causadas pelos vírus Epstein-Barr, HTLV, herpes-vírus (HHV-8) e vírus da hepatite C e aquelas causadas por bactérias como H. pylori. Existe também susceptibilidade genética que, associada a fatores ambientais, pode contribuir para um maior risco de acometimento por linfoma entre familiares.

Quais são os subtipos deste câncer?

Genericamente, existem dois tipos de linfomas: aqueles denominados Hodgkin (cerca de 10-12% dos casos de linfoma) e os denominados não Hodgkin. Existem vários tipos de linfomas não Hodgkin, que se originam a partir de diferentes tipos de células linfoides (células B, células T e células NK), sendo a maioria a partir de células B. Eles podem ser indolentes (de crescimento lento) ou agressivos (de crescimento acelerado) e podem, em algumas situações, começar como linfoma indolente e, posteriormente, transformar-se em agressivo. O tipo mais comum de linfoma não Hodgkin indolente é o folicular, e do agressivo é o linfoma difuso de grandes células B.

Como é feito o seu diagnóstico?

A suspeita ocorre por meio da identificação de sintomas relatados pelo paciente, como aumento de gânglios na região do pescoço, axilas e virilhas, com padrão de crescimento progressivo e indolor. São comuns queixas de fadiga, febre, suor de predomínio noturno e perda de peso não intencional. O diagnóstico é confirmado pela avaliação das células neoplásicas através de um microscópio. Para isso, é realizada uma biópsia do gânglio ou de qualquer outro tecido suspeito de acometimento pelo linfoma e o material é encaminhado para um patologista experiente.

Quais são os principais tratamentos para a doença?

O tratamento dependerá do tipo de linfoma e do seu grau de agressividade e inclui quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e transplante de medula óssea, que podem ser usados isolados ou em combinação. O médico hematologista é o especialista responsável pelo tratamento de pacientes com linfoma.

O Hospital Santa Lúcia tem um excelente time de profissionais que realiza reuniões multidisciplinares para debater os casos, a fim de alcançar as melhores estratégias para cada paciente, buscando sempre um tratamento humanizado e individualizado. A instituição conta ainda com uma excelente equipe de Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Odontologia e Psicologia para melhor atender as pacientes com linfoma.