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12 de December de 2016

Alimentação adequada é fundamental para prevenir e tratar a artrite

A osteoartrite – degeneração da cartilagem articular que causa dor e provoca rigidez nas articulações do corpo, prejudicando os movimentos – é uma doença inflamatória crônica que atinge cerca de 4% da população brasileira, causando danos principalmente nas mãos, joelhos e pés. Ela existe em mais de 100 tipos e a qualidade da alimentação influencia diretamente na prevenção e tratamento de duas das suas principais formas: a reumatoide, que atinge o revestimento das articulações e causa um inchaço doloroso que pode resultar em erosão óssea e deformidade articular; e a gotosa, provocada pelo acúmulo de ácido úrico em forma de cristais nas articulações.

 

Segundo o nutrólogo Allan Ferreira, integrante da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN) do Grupo Santa, o consumo de peixes, verduras, legumes e frutas é essencial. “No caso das artrites reumáticas, ingerir peixes ricos em ômega 3, como arenque, salmão, cavala e truta, é importante. O consumo de verduras e legumes, bem como frutas ricas em antioxidantes, como as cítricas, também ajuda a exercer um efeito anti-inflamatório”, explica.

 

De acordo com o especialista, manter o nível de vitamina D adequado, por meio de banhos de sol ou de suplementação, ajuda a modular o sistema imunológico e, consequentemente, a desinflamar as articulações. “Evitar enlatados e embutidos, açúcar e farinha branca também contribui para o controle da inflamação”, acrescenta.

 

ARTRITE REUMATOIDE – A artrite reumatoide costuma ser mais comum em mulheres de 20 a 59 anos de idade. Sua origem está no processo inflamatório decorrente de alterações do sistema imunológico, que são, em parte, geneticamente determinadas, mas também influenciadas por fatores ambientais como infecções prévias, traumas físicos, alterações emocionais e sedentarismo.

 

Entre os exames mais recomendados para a detecção da artrite reumatoide estão os que medem a dosagem do fator reumatoide, ou Anti-CCP, além de exames de imagem das articulações possivelmente acometidas, a exemplo do raio X, da ressonância nuclear magnética ou da ecografia. Já o tratamento é medicamentoso e visa a diminuir o processo inflamatório e prevenir danos articulares.

 

ARTRITE GOTOSA – A artrite gotosa tem relação direta com os índices de ácido úrico produzidos pelo organismo e em circulação na corrente sanguínea. Ela ocorre em cerca de 20% das pessoas com hiperuricemia (elevada taxa de ácido úrico no organismo) e acomete mais os homens adultos do que as mulheres, provocando inchaço e fortes dores nas articulações.

 

Entre as suas principais causas estão problemas congênitos, como a incapacidade dos rins de excretar o ácido úrico; a produção excessiva de ácido úrico pelo organismo; e o uso de medicamentos como diuréticos e ácido acetilsalicílico, que podem diminuir a capacidade renal.

 

Por isso, a alimentação tem um grande papel na prevenção e tratamento da artrite gotosa. “Em pessoas com problemas para processar o ácido úrico, o ideal é restringir a ingestão de alimentos ricos em purinas e pirimidinas, como vísceras de animais, leguminosas e sementes, gema do ovo, carne vermelha e caldos de carne”, destaca Allan Ferreira.

 

“Substâncias que agridem e sobrecarregam o fígado, como medicações e, principalmente, bebida alcoólica, além do acúmulo de gordura no órgão, também aumentam as taxas de ácido úrico no organismo. Assim, pacientes com artrite gotosa só têm bons resultados no tratamento quando emagrecem”, alerta o médico.

 

O diagnóstico da artrite gotosa pode ser feito já na primeira crise se forem encontrados cristais de monourato de sódio na articulação. Caso contrário, é preciso averiguar os índices de ácido úrico no corpo por meio de exames clínicos. A realização de exame de raios X pode ajudar a definir o quadro, cujo tratamento é feito com a associação de medicamentos e dieta adequada, para evitar crises.