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24 de October de 2016

Atendimento em até 4h30 pode reduzir sequelas em pacientes com AVC isquêmico

Passar pela avaliação médica correta e receber atendimento necessário em até 4 horas após os primeiros sintomas pode fazer toda a diferença na recuperação de pacientes que sofreram um Acidente Vascular Cerebral isquêmico (AVCi), doença caracterizada pela interrupção do fluxo sanguíneo nos vasos cerebrais devido a uma obstrução.

 

Isso ocorre porque dentro deste intervalo de tempo a equipe médica tem condições de avaliar a possibilidade de realizar o tratamento clínico, chamado de trombólise endovenosa, e/ou cirúrgico, conhecido como trombectomia mecânica, para liberar o fluxo de sangue novamente.

 

“Caso esse paciente com AVCi seja avalidado nas primeiras 4 horas do início dos sintomas como perda da força em um dos lados do corpo, boca torta, dificuldade para falar e alteração na visão, e o procedimento para reestabelecer o fluxo sanguíneo cerebral não tenha contraindicações, ele pode ficar com menos sequelas do que o não tratado neste período”, explica a neurologista do Hospital Santa Lúcia, Thaís Martins.

 

Após 4 horas, a realização desse procedimento pode aumentar o risco de sangramento do vaso sanguíneo entupido porque o tecido que ficou sem irrigação se torna mais frágil. “Nesse caso, o paciente receberá todos os cuidados clínicos necessários e será encaminhado para internação em UTI. Posteriormente, o foco será na sua reabilitação”, acrescenta a especialista.

 

AVC ISQUÊMICO – O sangue transporta para as células de todo o organismo a energia necessária para que ele funcione normalmente. No momento em que ocorre o AVC, a parte do cérebro afetada entra em sofrimento devido à falta de suprimento sanguíneo e, consequentemente, de fonte de energia.
“Esse sofrimento cerebral leva à perda ou alteração da função da área acometida, o que se reproduz clinicamente pela perda do comando das partes do corpo”, afirma a médica Thaís Martins.

 

PREVENÇÃO – A principal prevenção contra o AVC é manter hábitos de vida saudáveis, ou seja, alimentar-se de forma saudável, praticar atividade física, ter sono adequado, evitar tabagismo, entre outros. “Além disso, deve-se controlar os fatores de risco relacionados à doença como a hipertensão arterial, o diabetes e a dislipidemia (colesterol alto)”, reforça a neurologista.

 

O AVC é a segunda causa de mortes no mundo em pessoas acima de 60 anos e a principal causa de morte e incapacidade no Brasil na população adulta. Ele também pode ser do tipo hemorrágico, quando há ruptura do vaso sanguíneo e vazamento de sangue para o cérebro.

 

ATENDIMENTO – Para atender de modo adequado um paciente com Acidente Vascular Cerebral Isquêmico, a unidade hospitalar deve ter uma equipe capacitada para identificação precoce e atendimento ágil dos casos de AVC hiperagudo (dentro das 4 horas e meio do início dos sintomas).

 

O profissional de enfermagem da triagem deve identificar prontamente o caso suspeito e encaminhá-lo rapidamente à sala de emergência. O clínico geral, geralmente responsável pelo primeiro atendimento, é de fundamental importância para a confirmação do diagnóstico e acionamento da equipe de neurologia, que avalia se o caso tem indicação para os procedimentos de desobstrução do vaso sanguíneo entupido.

 

PROFISSIONAIS E INFRAESTRUTURA – O Hospital Santa Lúcia conta com um time de médicos do pronto-atendimento, enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnicos em radiologia, neurologistas, neurocirurgiões e neurorradiologistas preparados e em constante capacitação para oferecer o melhor atendimento. A equipe de hemodinâmica – área da medicina que estuda os vasos sanguíneos – está disponível 24 horas por dia.
O hospital também dispõe de toda infraestrutura e equipamentos necessários para diagnosticar e tratar doenças dos vasos sanguíneos, neurológicas e cardiovasculares.

 

A Sala Vermelha – Unidade de Terapia Semi-Intensiva localizada dentro do próprio Pronto-Socorro – é um diferencial importante que dá agilidade, segurança e qualidade ao atendimento. No Santa Lúcia o paciente também tem à sua disposição aparelhos de ressonância magnética e tomografia computadorizada de última geração, a exemplo da recém-adquirida GE Innova Biplane, um dos mais modernos aparelhos de hemodinâmica do Brasil.