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13 de April de 2014

Câncer de bexiga ocorre com frequência entre os homens

O câncer de bexiga é o segundo tumor urológico mais frequente nos homens em razão da exposição constante aos fatores de risco: consumo de tabaco e derivados (85% dos casos), além do contato com produtos químicos próprios de atividades masculinas, como tintas, corantes, borracha e carvão. Eduardo Ribeiro, urologista do Hospital Santa Lúcia, informa que o pulmão absorve tais substâncias cancerígenas, que entram na corrente sanguínea  e são filtradas pelos rins e eliminadas pela urina. Em virtude da longa permanência do líquido infectado na bexiga, estas substâncias, ao longo dos anos, causam mutações nas células, que se tornam malignas. “O surgimento da doença ocorre devido às alterações no DNA celular, levando algumas células a iniciarem um processo de proliferação desordenado e incontrolável. Quanto maior for o grau de alteração, mais rápido será o crescimento do tumor e maior sua malignidade”, explica. O médico acrescenta que homens tabagistas acima de 40 anos devem ficar atentos ao urinar. “O principal sinal de câncer na bexiga é o sangramento na urina”, alerta.

Uma vez que seu urologista suspeite da possibilidade de tumor de bexiga, o diagnostico é feito por meio de exames como a ultrassonografia de abdome, tomografia, ressonância magnética e cistoscopia (endoscopia das vias urinárias baixas) com biópsia da bexiga. “O material para biópsia do tumor pode ser retirado, via uretra, através de raspagem feita por um aparelho, sem a necessidade de cortes no abdome. Esse material é enviado para analise laboratorial para se determinar a agressividade e profundidade do tumor”, explica o médico.

O tratamento depende do estágio do câncer. Caso não exista metástase, ou seja, o tumor esteja localizado apenas na bexiga, é possível, de maneira simplificada, dividir o tratamento de acordo com a presença ou não de invasão da musculatura desse órgão. Nos casos em que não existe invasão muscular, pode se realizar a ressecção (retirada) por via endoscópica das lesões vesicais e acompanhar a evolução. Em alguns casos, existe a necessidade de aplicação de BCG (substância que gera uma resposta imune) intravesical após remoção das lesões. Já nos casos onde existe invasão muscular, deve ser feita uma remoção mais extensa da lesão. Em geral, realiza-se uma cirurgia para remoção de todo o órgão, conhecida como cistectomia radical. “É uma cirurgia muito grande e complexa, com a chance de o paciente ter de usar uma bolsa no abdome para armazenar a urina”, observa o Dr. Eduardo Ribeiro.

A prevenção é sempre a melhor opção para evitar o câncer de bexiga. Como vários outros tipos de cânceres, mudanças no estilo de vida são as principais recomendações. “Comer frutas e legumes, beber bastante água e parar de fumar, além da consulta em um urologista anualmente, são medidas que ajudam a prevenir a doença”, finaliza o médico.