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07 de August de 2016

Cerca de 40% dos brasileiros têm colesterol alto

Índice elevado pode provocar doenças cardiovasculares

 

Em níveis normais, o colesterol é bom para o organismo e imprescindível para a produção de muitas substâncias importantes, como camadas das membranas das células, diversos hormônios e ácidos biliares. Contudo, quando as taxas desse lipídio estão elevadas, o organismo pode sofrer com a aterosclerose, ou seja, o entupimento das artérias do cérebro, coração e extremidades.

 

Quando isso ocorre, o indivíduo fica suscetível a doenças cardiovasculares gravíssimas, como acidente vascular cerebral (AVC) e infarto do miocárdio e até mesmo amputação de membros. Este é o caso de aproximadamente 40% da população do país, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Para alertar sobre esses riscos e estimular hábitos saudáveis de vida, 8 de agosto é considerado o Dia Nacional do Controle do Colesterol.

 

Essa gordura esbranquiçada que circula no sangue é transportada por lipoproteínas e se divide em dois tipos: a lipoproteína de alta densidade (HDL) e a de baixa densidade (LDL). “Enquanto a HDL é boa para o coração porque carreia o colesterol das artérias para o fígado, onde é processado, a LDL é considerada ruim, na medida em que carrega o colesterol do fígado para os tecidos do corpo e podem provocar seu acúmulo nas artérias”, explica o cardiologista do Hospital Santa Lúcia, Lázaro Miranda.

 

De acordo com ele, cerca de 70 a 75% do colesterol é produzido no fígado. Os outros 25 a 30% são provenientes de alimentos de origem animal, já que os de origem vegetal não possuem colesterol. Em média, o ideal é que cada pessoa consuma de 200 a 300 miligramas de colesterol por dia.

 


“Alimentos de origem animal, tais como carnes vermelhas, hambúrgueres, leite integral, queijos, ovos e frituras são ricos em mau colesterol, o LDL, e devem ser consumidos com moderação. Cem miligramas de carne, por exemplo, contém cerca de 72mg de colesterol. Felizmente, podemos optar por alimentos que contêm bom colesterol, o HDL, como peixes e azeite de oliva”, recomenda o especialista.

 

FATORES DE RISCO – Os maiores fatores de risco modificáveis para o aumento do colesterol no organismo são uma dieta rica em gorduras saturadas, sedentarismo, obesidade, tabagismo, estresse, hipotireoidismo, diabetes e o uso indiscriminado de corticoides.

 

Já entre os não modificáveis estão os fatores genético-hereditários, tais como a hipercolesterolemia familiar, responsáveis por 5 a 10% dos eventos cardiovasculares em pessoas abaixo de 50 anos. “No contexto metabólico, um alto índice de colesterol contribui também para a condição de esteatose hepática, ou seja, o acúmulo de gordura no fígado”, acrescenta Lázaro Miranda.

 

PERFIL DOS PACIENTES – Apesar de a maioria dos pacientes com colesterol alterado apresentarem quadro de obesidade, ser magro não é garantia de imunidade. A falta de cuidado com a alimentação e a manutenção de hábitos prejudiciais à saúde, como o tabagismo e o sedentarismo, podem elevar o índice de gordura no sangue em quaisquer indivíduos.

 

DIAGNÓSTICO E CONTROLE – Para diagnosticar possíveis alterações e manter o colesterol sob controle, o ideal é que, a partir dos 20 anos de idade, o indivíduo consulte um cardiologista a cada dois anos. Já a partir dos 40, a periodicidade deve ser anual. Crianças obesas ou que apresentem sinais externos, como a presença de xantomas (manchas amareladas na pele) e arco corneano (arco esbranquiçado na periferia da córnea), também devem ser avaliadas.

 

“Manter uma dieta saudável, com frutas, fibras e alimentos naturais, praticar atividades físicas regulares, abandonar o tabagismo e controlar o estresse são algumas das principais medidas para manter o colesterol em quantidades saudáveis no organismo. Além disso, é preciso afastar causas secundárias, como o hipotireoidismo, o diabetes, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e, se necessário, iniciar o uso de medicamentos”, finaliza Lázaro Miranda.