Voltar
Compartilhe:
24 de July de 2018

Cinco hábitos que aceleram o envelhecimento e podem provocar doenças

Envelhecer não é uma alternativa, mas chegar à terceira idade em melhores condições de saúde pode ser uma escolha. O que fazer, então, para que isso seja possível? Evitar hábitos nocivos é uma decisão fundamental: tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, sono de má qualidade e alimentação não balanceada são os principais.

Segundo o IBGE, o Brasil já tem mais de 30 milhões de idosos, e o número vem aumentando ano a ano. Ao manter a tendência de envelhecimento dos últimos anos, o país ganhou 4,8 milhões de indivíduos com 60 anos ou mais desde 2012, superando os 30,2 milhões em 2017. Em 2012, os brasileiros nessa faixa de idade eram 25,4 milhões. Com 16,9 milhões de pessoas, as mulheres são a maioria do grupo (56%), enquanto os homens representam 44% do total, 13,3 milhões.

“O cigarro aumenta a produção de radicais livres que lesam as células; o álcool age em receptores e neurônios no cérebro, deixando os movimentos mais lentos e prejudicando a memória, além de provocar uma sobrecarga hepática; e a falta de sono impede o descanso, fundamental à recuperação das funções do organismo”, explica a médica geriatra do Hospital Santa Lúcia, Priscilla Mussi.

“Já uma alimentação não balanceada e em excessos faz com que nosso corpo esteja sempre inflamado, indisposto e sobrecarregado, e o sedentarismo pode provocar um processo de regressão funcional, perda de flexibilidade articular, além de comprometer o funcionamento de vários órgãos”, complementa a especialista.

DOENÇAS ASSOCIADAS – Isoladamente, cada um destes maus hábitos tem enorme potencial para provocar diversas doenças. Em conjunto, eles se tornam ainda mais perigosos e capazes de suscitar o desenvolvimento de muitas enfermidades crônicas que diminuem a qualidade de vida e aumentam a mortalidade. Conheça os principais prejuízos à saúde causados por cada um deles.

Tabagismo: aumenta a pressão arterial e as chances de infarto e tromboembolismo, causa impotência sexual, câncer, doenças respiratórias, osteoporose e infertilidade, além de contribuir para o envelhecimento da pele e atrapalhar a cicatrização.

Alcoolismo: favorece as perturbações mentais, causa a síndrome de Wernicke-Korsakoff, arritmia cardíaca e cirrose e aumenta o risco de câncer, além de prejudicar o convívio social.

Insônia crônica: pode resultar em distúrbios da memória e concentração, ansiedade, depressão, irritabilidade, sentimento de insatisfação constante, baixo rendimento profissional, prejuízo do convívio social e aumento do risco de acidentes.

Alimentação não balanceada: aumenta o risco de obesidade, diabetes mellitus, dislipidemias, hipertensão arterial, problemas respiratórios, cardiovasculares, osteoarticulares, digestivos, perda da autoestima, depressão e ansiedade, isolamento social e transtornos do sono.

Sedentarismo: pode provocar hipertensão arterial, diabetes, obesidade, dislipidemia e infarto do miocárdio.

O QUE FAZER? Para envelhecer com saúde, Priscilla Mussi recomenda algumas atitudes e comportamentos essenciais. Dormir bem de 6h a 8h por noite, ter amigos e momentos de lazer, praticar esportes, não cometer exageros na hora de se alimentar e escolher alimentos naturais, parar de fumar e beber e fazer check-ups de saúde anualmente são algumas das principais mudanças de hábito necessárias.

“É fundamental estar disposto a realizar mudanças. O passado não volta, mas é sempre possível tomar a decisão de melhorar daqui para frente”, pondera.

E O ASPECTO PSICOLÓGICO? Entre as causas mais comuns de estresse em idosos estão a necessidade de conviver com doenças crônicas que exigem uma série de cuidados, a adaptação à aposentadoria, a perda do cônjuge, a insônia e mudanças financeiras e familiares.

“O estresse crônico piora doenças cardíacas, além de desencadear azia, agravar o quadro de diabetes, hipertensão, insônia, ansiedade, depressão e somatização — quando os conflitos psíquicos afetam os órgãos —, como dor crônica, dores de estômago e dificuldade para respirar”, detalha a especialista.

De acordo com ela, problemas psicológicos não resolvidos durante a vida se agravam no idoso, pois o paciente tende se tornar mais dependente e frágil. Para minimizar esses problemas, é muito importante também melhorar a relação familiar, ter amigos para conversar e traçar metas e objetivos”, reforça.

ATENDIMENTO NO HSL – No Hospital Santa Lúcia, o programa 60+ assegura atendimento emergencial a idosos na Sala Vermelha, uma espécie de UTI na Emergência da Unidade. Quando a internação é necessária, os pacientes são acompanhados pela equipe multidisciplinar da geriatria, com fonoaudiólogo, dentista, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e médicos especializados na saúde integral e no bem-estar do idoso.