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12 de November de 2019

Cirurgia metabólica

A cirurgia metabólica, procedimento que modifica a produção de substâncias no organismo, a exemplo dos hormônios, é um dos tratamentos indicados para o controle do diabetes mellitus, doença caracterizada pelo aumento de glicose no sangue e que atinge mais de 13 milhões de brasileiros, ou seja, quase 7% da população, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes.

O diabetes é uma doença crônica, progressiva e que leva a inúmeras comorbidades e sequelas, como cegueira, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, insuficiência renal e lesões ulcerosas com necessidade de amputação dos membros – além da morte, quando não controlado.

Ele se apresenta de duas formas principais. No tipo 1, que ocorre em cerca de 10% dos casos, o paciente normalmente nasce com deficiência de produção de insulina pelo pâncreas. Já no tipo 2, que representa os demais 90%, a deficiência é adquirida por questões genéticas e pelo aumento do peso.

É neste último caso que a cirurgia metabólica pode ser indicada no Brasil desde 2017, segundo a Resolução nº 2.172/2017, do Conselho Federal de Medicina. Em todo o mundo, mais de 4 mil páginas já forma publicadas em revistas internacionais indexadas e alguns trials com mais alto nível de evidência no sentido de indicar o procedimento.

“Os estudos científicos têm demonstrado uma excelente efetividade e segurança desse procedimento no controle do diabetes tipo 2. Os melhores resultados são alcançados naqueles pacientes com menos tempo de doença e que ainda possuem reserva pancreática. Por isso, ele não deve ser considerado entre as primeiras opções de tratamento”, explica o cirurgião digestivo do Hospital Santa Lúcia, Renato Teixeira.

EFICÁCIA DE TRATAMENTOS – Em geral, o tratamento clínico do diabetes exige que pelo menos duas terapêuticas sejam utilizadas simultaneamente, incluindo o uso de insulina. Isso ocorre porque há falhas nessas terapias relacionadas à progressão da doença e à intolerância do paciente ao uso de medicamentos por tempo prolongado.

Neste sentido, o principal objetivo da cirurgia metabólica é ser mais uma opção no controle do diabetes, evitando mortes e sequelas. “Alguns estudos têm demonstrado que a opção pela cirurgia pode resolver completamente o problema na maioria das vezes, com pacientes apresentando exames normais após sua realização, dispensando inclusive a necessidade de medicamentos”, destaca o especialista.

COMO ACONTECE – A cirurgia metabólica é realizada por videolaparoscopia, um procedimento minimamente invasivo que dura cerca de 40 minutos. É semelhante à cirurgia bariátrica (de redução do estômago), mas se diferencia por não ter foco na perda de peso e por não exigir grande restrição alimentar. É uma das cirurgias mais seguras quando realizada por profissionais experientes, como os do Hospital Santa Lúcia.

“Aqui, dispomos de equipe multiprofissional composta por cirurgiões, nutricionistas, psicólogos, endocrinologistas, metabologistas e fisioterapeutas dedicados ao tratamento clínico e cirúrgico do diabetes, além da mais alta infraestrutura e tecnologia, incluindo videolaparoscopia e a última geração de equipamentos para garantir a precisão e segurança do procedimento”, finaliza Renato Teixeira.