Voltar
Compartilhe:
14 de November de 2019

Cirurgia robótica é um dos tratamentos mais modernos para câncer de próstata localizado

Quando descoberto em estágio precoce, o câncer de próstata pode ser curado em até 90% dos casos. E se o tratamento indicado for a cirurgia robótica, além da cura o paciente tem risco extremamente reduzido de apresentar sequelas como incontinência urinária ou impotência sexual, por exemplo.

No Brasil, o tumor na próstata é o segundo mais comum entre os homens – atrás apenas do câncer de pele não melanoma – segundo o Instituto Nacional de Câncer. Pouco mais de 68 mil novos casos da doença são esperados no país este ano, com mais de 15 mil mortes.

Confira a segunda parte da entrevista que fizemos com o médico oncologista clínico do Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, Dr. Fernando Sabino, e entenda quais as possibilidades de tratamento da doença.

1 – Quais os principais tratamentos para o câncer de próstata e em que situações cada um deles é indicado?

A cirurgia é uma das principais modalidades de tratamento na doença localizada. Consiste na remoção completa da próstata (prostatectomia radical) e, em alguns casos, também na remoção dos linfonodos pélvicos (linfadenectomia). Antes, ela era realizada pela técnica aberta, posteriormente passou a ser feita pela técnica laparoscópica tradicional., Recentemente, o tratamento se dá por meio da cirurgia robótica, tecnologia de última geração trazida de forma pioneira a Brasília pelo Grupo Santa com a aquisição do robô Da Vinci Xi.

A radioterapia também é uma opção de tratamento viável e seguro para pacientes com doença localizada, principalmente naqueles que não têm condições clínicas para se submeterem a um tratamento cirúrgico ou naqueles em que a possibilidade de cirurgia não é resolutiva. Atualmente, a radioterapia é realizada por um aparelho chamado Acelerador Linear de Partículas com técnicas extremamente modernas que incluem imagens 3D, por exemplo.

Outra possibilidade é o uso da hormonioterapia, que consiste no bloqueio da produção de testosterona (hormônio masculino) por meio de injeções durante um período de tempo, e pode ser aplicada em várias fases da doença: quando ela está localizada, localmente avançada ou metastática.

Por fim, temos a quimioterapia, tipo de tratamento sistêmico que, no câncer de próstata, é indicado/utilizado nos casos de doença avançada (com metástases).

Apesar dos avanços da imunoterapia para tratar tumores como o melanoma (um dos tipos de câncer de pele) e o de pulmão, no câncer de próstata esse tipo de tratamento ainda está em estudo e, até o momento, não tem sido utilizado na prática clínica.

2 – Como os tratamentos têm evoluído para evitar ou minimizar possíveis efeitos colaterais?

Os tratamentos são muito efetivos, mas não são livres de possíveis sequelas ou efeitos colaterais. Do ponto de vista dos tratamentos localizados, como a cirurgia e radioterapia, a evolução nas técnicas tem contribuído para reduzir sequelas. O uso da tecnologia robótica, no caso da cirurgia, e de outras tecnologias como a Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT) e a Radioterapia Guiada por Imagem (IGRT) são essenciais.

A cirurgia pode levar a situações como incontinência urinária ou impotência sexual. A radioterapia pode ocasionar cistite (inflamação da bexiga) e retite (inflamação do reto). A hormonioterapia, em curto prazo, ocasiona impotência sexual e fogachos. Já em médio e longo prazos, pode ocasionar osteoporose, alterações do colesterol, ganho de peso e doença coronariana.

3 – Nos casos em que a cirurgia é necessária, quais as vantagens em termos uma equipe treinada e o equipamento Da Vinci disponível no Santa Lúcia?

Certamente a evolução da técnica cirúrgica com o auxílio da robótica é um marco no tratamento do câncer de próstata. Além de ajudar a equipe cirúrgica no procedimento de remoção mais precisa do tumor, que minimiza e até pode eliminar o risco de sequelas, ela proporciona ao paciente uma recuperação mais rápida, com menor sangramento e menos dias de internação.

4 – Como o Santa Lúcia está preparado para tratar pacientes com câncer de próstata?

O Hospital Santa Lúcia possui uma infraestrutura moderna, que permite ao paciente receber atendimento amplo e multidisciplinar desde o diagnóstico até o tratamento. Possuímos dois aparelhos modernos com tecnologia completa de radioterapia, equipe de urologia com larga experiência em tumores urológicos, principalmente o câncer de próstata, e o robô Da Vinci Xi, hoje é o equipamento mais moderno do Centro-Oeste para cirurgias assistidas por robótica.