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07 de December de 2014

Da UTI à Recuperação: Como o Trabalho em Equipe Faz a Diferença

Da UTI à Recuperação: Como o Trabalho em Equipe Faz a Diferença

 

 

Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva recebem cuidados ininterruptos. Cada detalhe é fundamental para sua recuperação e segurança assistencial. Por isso, a equipe da UTI depende da cooperação de profissionais de diversas áreas.

 

Normalmente, o despertar dos pacientes que precisam de respiração artificial e são sedados é gradual, com sequelas respiratórias e alimentares. O coordenador do serviço de terapia intensiva do Hospital Santa Lúcia, Dr. Sidney Sotero, explica: “Retirados o respirador, há pacientes que não conseguem deglutir alimentos, água ou saliva com segurança. Aspirá-los para o pulmão é gravíssimo e pode obstruir vias aéreas, causar pneumonia e até morte”. Neste ponto, o trabalho em equipe é protagonista.

 

O fonoaudiólogo avalia se o paciente tem condições de se alimentar por via oral ou precisa de meio alternativo. A partir daí, nutricionistas, nutrólogos e intensivistas definem a dieta, enquanto o fonoaudiólogo trabalha na recuperação funcional do mecanismo da deglutição.

 

A atuação da equipe multidisciplinar é condição para a melhora clínica do paciente. O tratamento feito com acompanhamento do fonoaudiólogo tem dois objetivos fundamentais: recuperar a capacidade de deglutir com segurança e retomar a fala. Há casos em que a recuperação é lenta e, em outros, impossível devido à gravidade do quadro clínico. “Na maior parte dos casos, são pacientes que passaram por lesões neurológicas, doenças degenerativas, TCE – traumatismo craniano encefálico ou AVE – acidente vascular encefálico, que atravessam um lento processo de recuperação”, explica a responsável técnica pela Fonoaudiologia do Hospital Santa Lúcia, Alice Aguiar.

 

Para recuperar a deglutição, a equipe define a consistência e o volume dos alimentos que podem ser ingeridos via oral e os pacientes são treinados para que retomem aos poucos suas funções. Via de regra, pacientes pós-intubação prolongada apresentam dificuldade de deglutição da própria saliva, podendo causar aspiração silente (silenciosa).

 

A fonoterapia é fundamental para que o paciente volte a falar. A comunicação com a equipe facilita o trabalho na UTI, melhora a autoestima e pode afastar outros riscos, como conclui o Dr. Sidney. “O homem é um ser social. Ao perder a fala, cresce a chance de delirium ou disfunção cerebral aguda. O paciente pode ficar agressivo ao ponto de ser necessária nova sedação, retornando o quadro ao ponto de partida”.