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02 de March de 2014

Diabetes e hipertensão são os principais causadores da insuficiência renal crônica

A doença evolui de forma lenta sem apresentar sinais

 

 

A insuficiência renal crônica é uma doença silenciosa e afeta mais de 90 mil brasileiros. Ela acontece quando os rins perdem a capacidade de exercer suas funções básicas (como a filtragem sanguínea), situação que compromete, inclusive, o funcionamento de outros órgãos vitais. Os principais causadores desta disfunção são a hipertensão arterial e o diabetes. Segundo o nefrologista do Hospital Santa Lúcia, Elber Rocha, cerca de 70% dos pacientes em tratamento desconhece a existência da doença até o surgimento dos sintomas mais graves: edema nos tornozelos e olhos, dor e sangue ao urinar, dor lombar, náuseas e vômitos. “As pessoas só começam a apresentar os primeiros sinais quando já perderam 50% da capacidade renal. Por isso, a interação entre paciente e médico é importante, com exames de urina periódicos, possibilitando um diagnóstico precoce”, informa.

 

Além do exame de urina, o diagnóstico também é realizado pelo exame de creatinina e ureia, que verificam diretamente o funcionamento dos rins, e por isso são mais abrangentes. No entanto, a doença renal crônica altera os resultados de vários exames. Cada paciente necessita, além do hemograma completo, checar regularmente, com a frequência de dois a três meses: potássio, sódio, albumina, fósforo, cálcio, colesterol e magnésio. As causas da doença renal crônica também podem ser vistas em tomografia computadorizada abdominal (exame pouco usual na investigação de doenças renais), ultrassom abdominal e ultrassom renal.

 

 

O nefrologista explica que, hoje, cerca de 10% da população adulta tem algum grau de perda de função renal. Esse percentual pode aumentar para 30% a 50% em pessoas acima de 65 anos, deixando evidente que o risco para o seu aparecimento aumenta substancialmente com o envelhecimento. O médico também acrescenta que medidas simples podem prevenir o aparecimento de doenças renais, tais como a manutenção de uma dieta saudável com pouco sal e pouca gordura, evitar o fumo e a obesidade, realizar exercícios físicos regularmente, beber muita água e controlar a pressão alta e o diabetes.

 

 

Rocha observa ainda que é importante ficar de olho nos medicamentos que agridem os rins, como os anti-inflamatórios (medicamentos muito empregados como analgésicos), e atentos às infecções urinárias de repetição, que também são causas importantes de disfunção renal.

 

Tipos de Tratamento

O tratamento é feito com medicamentos e controle da dieta, visando conservar a função dos rins. Nos casos mais extremos, pode ser necessária a realização de diálise ou transplante renal (como terapêutica definitiva de substituição da função renal).

 

Hemodiálise: diálise realizada por meio da filtração do sangue. O sangue é retirado pouco a pouco do organismo através de uma agulha especial para punção ou cateter (tubo) localizada numa veia central do pescoço, bombeado por uma máquina, onde passa por um filtro para que as toxinas e a água que estão em excesso no organismo sejam retiradas. Depois de “limpo”, o sangue volta para o corpo através da fístula ou do cateter. A hemodiálise é realizada em clínicas especializadas, no mínimo três vezes por semana e tem duração de aproximadamente 3–4 horas.

 

 

Diálise peritoneal: diálise realizada através de uma membrana (fina camada de tecido) chamada peritônio. O peritônio está localizado dentro do abdome e reveste todos os órgãos localizados dentro dele. Ele deixa passar, através de seus pequenos poros, as toxinas e a água que estão em excesso no organismo. A diálise peritoneal é feita com a colocação de um líquido extremamente limpo cavidade abdominal através de um cateter, onde permanece por um período determinado pelo médico e, quando retirado, traz consigo as toxinas e o excesso de água e sais minerais do organismo. Esta diálise é feita em casa, após o treinamento do paciente e de seus familiares.

 

 

Transplante: é a forma de tratamento em que, por meio de uma cirurgia, o paciente recebe um rim de um doador (vivo ou cadáver). Neste tratamento o paciente tem que fazer uso de medicações para evitar a rejeição do novo rim e necessita de acompanhamento médico contínuo.

 

 

Dia Mundial do Rim

No dia 13 de Março comemora-se o Dia Mundial do Rim. Este ano, o foco da campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Nefrologia é o envelhecimento.

A doença pode ocorrer em qualquer idade, mas torna-se mais comum nas pessoas mais velhas. O objetivo é sensibilizar a população e incentivar a prevenção no combate à doença renal crônica que, se detectada precocemente, pode ser tratada e as complicações, e consequentemente o número de mortes e invalidez, reduzidas.