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30 de March de 2014

Dor no peito, suor e palidez podem ser sintomas de Infarto

O infarto agudo do miocárdio é a principal causa dos óbitos ocasionados por doenças cardiovasculares no Brasil. Cerca de 50% dessas mortes ocorrem na primeira hora entre a percepção dos sintomas e o acesso ao hospital. Também conhecido como ataque cardíaco, o infarto é a morte das células de uma porção do músculo do coração em decorrência da formação de um coágulo (trombo) que interrompe, de forma súbita e intensa, o fluxo de sangue no interior da artéria coronária. A principal causa da doença é a aterosclerose, processo no qual placas de gordura se desenvolvem ao longo dos anos no interior das artérias coronárias, criando dificuldade à passagem do sangue. “O infarto ocorre, em sua grande maioria, quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação do trombo e interrupção do fluxo sanguíneo”, explica o especialista.

 

 

A dificuldade de interpretação das dores, que podem ser confundidas com desconforto muscular ou problemas gástricos, são entraves para a conclusão do diagnóstico. Por isso, é necessário um atendimento rápido em unidade hospitalar. De acordo com o cardiologista Lázaro Miranda, do Hospital Santa Lúcia, ao sentir dores na região do tórax, irradiada para o braço esquerdo ou região epigástrica (estômago) e acompanhada de sudorese, o paciente deve ser encaminhado imediatamente a uma Unidade de Dor Torácica, onde profissionais e equipes treinadas esclarecerão o diagnóstico a partir da aplicação do protocolo de dor torácica com a agilidade e precisão necessárias para realizar o tratamento adequado.

 

 

Os pacientes que sofrem infarto são geralmente do sexo masculino, pois são mais suscetíveis que as mulheres — acredita-se que elas tenham um efeito “protetor” devido à produção de hormônio (estrógeno). Entretanto, após a menopausa, devido à falta de produção desse hormônio, a incidência de infarto na mulher aumenta consideravelmente. Uma recente pesquisa publicada no Canadá afirma que as mulheres são mais propensas do que os homens a morrer de ataque cardíaco devido a um diagnóstico mal feito que atribui seu mal-estar a um ataque de ansiedade. “Mulheres e pacientes diabéticos podem apresentar, de forma mais frequente, sintomas atípicos, como falta de ar, cansaço desproporcional ao esforço e dor tipo queimação no estômago”, afirma o cardiologista. E acrescenta “Esses sintomas, comuns a outras doenças, dificulta o diagnóstico precoce e agrava a situação em casos de infarto”.

 

 

Existem vários fatores responsáveis pelo infarto, sendo eles: idade (pois a incidência aumenta em homens na meia-idade e mulheres após a menopausa), obesidade, hipertensão, colesterol alto, estresse, diabetes ou infartos anteriores.

 

 

Para evitar a doença, é preciso controlar os níveis de colesterol no sangue, manter a pressão arterial equilibrada, parar de fumar e manter uma dieta saudável “O infarto deve ser analisado pelo cardiologista, uma vez que cada caso deve ser tratado de maneira individualizada. Os pacientes devem ser submetidos à realização de cateterismos cardíacos e, a partir dessa análise, o melhor tratamento será instituído. “O tratamento pode ser clínico, uma angioplastia coronariana (com uso de stent) ou cirúrgico (pontes de safena, mamárias ou radial)”, finaliza Lázaro.

 

 

Unidade de Dor Torácica (UDT)

Segundo Lázaro Miranda, o Santa Lúcia foi pioneiro na criação de uma Unidade de Dor Torácica (UDT), em 2005. “Em razão da evolução tecnológica, da descoberta de novos medicamentos e do estabelecimento de UTIs Cardiológicas e Unidades de Dor Torácicas, a cardiologia mundial reduziu a mortalidade do paciente com infarto em 30% (década de 1960) para quase 15%”, comemora o cardiologista.

 

 

Principais características das dores torácicas, que as aproximam ou afastam de um problema cardíaco:

 

 

Provavelmente cardíaca

Provavelmente não cardíaca

  • Desconforto ou dor retroesternal, em aperto, peso, constrição ou queimação;
  • Precipitada por esforço ou estresse emocional;
  • Aliviada por repouso ou nitratos sublinguais;
  • Duração de 5 ou mais minutos;
  • Irradiação para o ombro e braço esquerdo, para o pescoço, mandíbula ou epigástrio;
  • Associada à sudorese fria, palidez, náuseas, vômitos, falta de ar, desmaios;
  • Em pessoa sabidamente com doença arterial (coronariana, carotídea, aórtica ou periférica) ou portadora de fatores de risco (hipertensão, dislipidemia, diabetes, tabagismo etc).
  • Pontada, “em facada, em agulhada”;
  • Precipitada com a respiração ou tosse, com a palpação local ou movimentos dos braços;
  • Localizada primária ou unicamente na porção média ou inferior do abdômen;
  • Irradiação para as extremidades inferiores;
  • Duração muito curta (segundos) ou muito longa (mais de 24h);
  • Melhora com a alimentação, antiácidos, antiespasmódicos, antifiséticos etc;
  • Em jovem não cardiopata e sem fatores de risco para doença arterial coronariana.