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06 de November de 2018

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ASSEGURA ATENDIMENTO INTEGRADO A PACIENTES COM CÂNCER DE PRÓSTATA

O diagnóstico e tratamento do câncer envolvem uma série de profissionais especializados que, quando atuam de forma integrada, podem proporcionar os melhores resultados terapêuticos, com aumento da qualidade de vida e das chances de cura. No Hospital Santa Lúcia, uma equipe multidisciplinar composta por oncologistas, urologistas, radioterapeutas e imagiologistas assegura atendimento integral a todos os pacientes com câncer de próstata.

“Todos esses profissionais e outros, como psicólogos e nutrólogos, estão em um só lugar e utilizam os melhores aparelhos para diagnóstico e tratamento do câncer de próstata e de outros tipos de tumores”, explica o oncologista do Santa Lúcia, Rafael Amaral.

“Isso garante a tranquilidade e a segurança do paciente que, na eventualidade de descoberta da doença, não precisa se preocupar em buscar cada um desses profissionais em clínicas diferentes e de forma não integrada”, pondera.

O câncer de próstata — anomalia nas células do órgão que produz o líquido viscoso do sêmen — causa divisões celulares descontroladas que podem invadir outros órgãos e levar à morte. Ele é o segundo tumor mais frequente no mundo entre homens. “Estima-se que um em cada seis homens terá câncer de próstata ao longo da vida, mas nem todos sofrerão as consequências da doença, que inicialmente é assintomática na maioria dos casos”, explica o especialista.

DIAGNÓSTICO – Quando manifesta sintomas, a doença pode dificultar a micção, provocar a perda do controle urinário e vontade de urinar várias vezes — principalmente à noite —, além de sangramento ao urinar ou ao ejacular, dor óssea ou fraturas aparentemente inexplicáveis. O diagnóstico é realizado por meio da mensuração do antígeno prostático específico (PSA) somado ao toque retal e à biópsia via retal da próstata.

“Recomendamos que pacientes com PSA abaixo de 4 ng/ml façam o exame a cada ano ou até em 2 anos. Aqueles com índice de 4 a 7 ng/ml devem repetir o exame para confirmação e os com taxa acima de 7 ng/ml devem procurar um urologista para a avaliação de toque e/ou biópsia retal.

Contudo, a maior parte dos pacientes é assintomática, o que gera muitos debates sobre a necessidade de fazer o rastreamento da doença. “Esse é um tema controverso, porque estudos demonstram que é preciso identificar e tratar 50 pacientes com câncer de próstata para que um seja salvo, o que é um enorme esforço e desgaste para uma eficiência questionável”, detalha o oncologista Rafael Amaral.

“Sabemos que 16% dos homens terão câncer de próstata, mas a maioria não terá problema com a doença. Como o tratamento pode ser bem agressivo e provocar diversas sequelas, o Ministério da Saúde brasileiro, o de países como os Estados Unidos e os de algumas nações europeias não recomendam o rastreamento em homens saudáveis sem fatores de risco”, explica. “Na prática clínica, ainda não temos um exame que prediga quais realmente se beneficiarão com o tratamento”, acrescenta.

FATORES DE RISCO – Homens a partir dos 50 anos, de pele negra e aqueles que possuem familiar de 1ª geração (pai, irmão ou filho) com histórico de câncer de próstata têm mais chances de desenvolver a doença. Outros fatores modificáveis, como hábitos alimentares e o tabagismo, também podem influenciar, mas de forma menos decisiva.

“Uma dieta rica em licopenos — antioxidante muito encontrado no tomate — e vitamina E — que pode ser ingerida ao comer alimentos como brócolis e espinafre — parece reduzir o índice de câncer de próstata, enquanto fumar e ingerir gordura e álcool de modo excessivo são atitudes que demonstram aumentar o risco”, relata Rafael Amaral.

RECUPERAÇÃO – O câncer de próstata avançado não tem cura, mas pode ser controlado por vários anos e muitos pacientes morrem de outras causas. Já no caso daqueles com doença localizada, a sobrevida depende da extensão e do grau de diferenciação. De forma geral, as chances de recidiva do tumor em 10 anos em pacientes com baixo risco (PSA e diferenciação baixos) é menor que 10%.

Os de alto risco (PSA elevado, alto grau de diferenciação e tumor localmente grande quando do diagnóstico) apresentam chance de mais de 20% de retorno da doença em 10 anos. Em pacientes com apenas alguma dessas características, considerados intermediários, o risco fica entre 10% e 20%.