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02 de April de 2018

Hérnia de disco atinge 5,4 milhões de brasileiros, segundo o IBGE

Dor nas costas, dificuldade para pegar objetos mais pesados, para locomover-se e até mesmo para trabalhar. Esses são alguns dos principais sintomas e consequências da hérnia de disco, doença que, segundo o IBGE, atinge cerca de 5,4 milhões de brasileiros.

O problema é consequência do desgaste dos discos intravertebrais que, na prática, funcionam como amortecedores naturais do impacto entre as vértebras. “A estrutura se desloca e comprime os nervos da região”, explica o ortopedista do Hospital Santa Lúcia, Julian Machado.

De acordo com ele, a idade média para o aparecimento da primeira crise de dor provocada por uma hérnia de disco é de aproximadamente 37 anos de idade. Todavia, em 76% dos casos há antecedente de dor lombar sentida há pelo menos uma década.

“A lombalgia — dor nas costas — está presente em 80% da população mundial adulta, sendo que de 30 a 40% destas pessoas apresenta hérnia de disco lombar de forma assintomática e de 2 a 3% já está acometida por sintomas desta patologia, cuja prevalência acima dos 35 anos é de 4,8% no universo masculino e 2,5% no feminino”, afirma o especialista.

CAUSAS – Excesso de peso e atividades que demandam grande esforço físico são fatores que podem desencadear problemas nas costas, entre eles a hérnia de disco. Movimentos de repetição no trabalho que exigem muito dos músculos das costas também podem causar desgaste dos discos e, consequentemente, levar à hérnia.

“O sedentarismo e a posição repetida, como, por exemplo, a de ficar sentado por muito tempo, também podem gerar lesões nos discos e provocar a doença. Há evidências de que a genética possa ter um papel de importância no seu desenvolvimento. Isso quer dizer que você está em maior risco se seus pais, irmãs ou irmãos possuem a doença”, alerta o médico.

DIAGNÓSTICO – Além dos exames clínicos, é possível diagnosticar a hérnia de disco com exames de radiografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

A radiografia da coluna permite a visualização da imagem das vértebras e das facetas articulares para descobrir bicos-de-papagaio e lesões ósseas, entre outras alterações. Já a tomografia computadorizada possibilita o estudo da coluna em três dimensões, mas só deve ser solicitada em situações específicas por causa da radiação que emite.

A ressonância magnética é o exame mais completo entre os três porque permite visualizar com precisão o estado de nervos, vasos sanguíneos, ligamentos, discos intervertebrais, medula espinhal e, principalmente, identificar compressões nervosas na coluna. Ela também é fundamental na indicação de cirurgias.

CONSEQUÊNCIAS E TRATAMENTO – Embora não seja mortal, a hérnia de disco é a primeira causa de pagamento de auxílio-doença e a terceira causa de aposentadoria por invalidez. Seu tratamento inicial inclui um período de repouso com medicamentos analgésicos, seguido por fisioterapia.

“Aproximadamente 80% das pessoas que seguem esses tratamentos se recupera e retorna às atividades normais em 6 semanas. Poucos pacientes precisarão de tratamento mais específico, que pode incluir injeções de esteroides (para bloqueios da dor) ou cirurgia”, detalha Julian Machado.