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14 de August de 2017

Homens brasileiros vão menos ao médico do que as mulheres

Os homens brasileiros vão menos ao médico do que as mulheres. Segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo IBGE em 2015, apenas 63,9% dos homens procuraram um profissional médico nos 12 meses anteriores à entrevista, contra 78% das mulheres.

 

Para o urologista do Hospital Santa Lúcia, Rafael Rocha Vidal, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia, membro internacional da Sociedade Americana de Urologia e especialista em Uro-Oncologia pela Universidade de São Paulo, os dados refletem um comportamento machista apresentado por alguns homens, que costumam julgar-se invulneráveis e associam idas ao médico como algo necessário apenas a crianças, mulheres e idosos.

 

“Em função disso, o que vemos na prática é que as mulheres costumam viver em média 7 anos a mais do que os homens. Infelizmente, muitos só procuram o médico quando sentem algum sintoma ou desconforto no trato urinário e, na maioria das vezes, por insistência de uma mulher — como a esposa, a mãe ou a filha. O que mais os afugenta é o receio de realizar o exame digital da próstata, fundamental para avaliação de doenças prostáticas”, contextualiza o médico.

 

ACOMPANHAMENTO MÉDICO – De modo geral, as principais queixas que levam os homens ao urologista são as doenças sexualmente transmissíveis (DST), cálculos renais e as doenças da próstata. Mas, antes mesmo de apresentar quaisquer sintomas, todos os homens precisam de acompanhamento médico regular. Entre 3 e 5 anos de idade, um uropediatra pode avaliar a necessidade de uma possível cirurgia de fimose.

 

Já entre 12 e 40 anos, o urologista avalia o desenvolvimento dos órgãos genitais, informa o paciente sobre prevenção e tratamento de DST, além de orientar e tirar dúvidas sobre a vida sexual masculina. A partir dos 45 anos, habitualmente surgem as doenças da próstata, como a hiperplasia prostática benigna, que acomete 70% dos homens ao longo do envelhecimento, e o câncer da próstata, que é o 3º mais comum em todo o mundo, sendo o principal entre homens.

 

TODOS OS ANOS – A partir desta idade, o homem deve ir ao urologista anualmente. Aqueles que possuem histórico familiar de câncer no órgão devem iniciar o rastreio da doença a partir dos 45 anos, e os que não possuem casos na família devem fazê-lo a partir dos 50 anos. Nesta faixa etária aumentam também as incidências das neoplasias do intestino e o risco de doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio.

 

“Por isso, é fundamental manter um estilo de vida saudável, com uma alimentação balanceada — rica em fibras e nutrientes e pobre em gorduras, industrializados e embutidos — e a prática regular de atividades físicas que, associadas ao hábito de visitar o médico, podem ajudar a prevenir a maioria das doenças. Procure seu médico regularmente, pois as doenças identificadas em seu estágio inicial costumam ser tratadas de forma mais simples e com maiores chances de cura”, finaliza o especialista Rafael Rocha.