Infecção respiratória aumenta risco de infarto em até 17 vezes
Doenças respiratórias como pneumonia e bronquite podem ser gatilho para complicações do coração e aumentar em até 17 vezes o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM). É o que afirma um estudo australiano publicado recentemente pelo periódico científico Internal Medicine Journal. Segundo a pesquisa, uma simples gripe pode ampliar esse risco em 13,5 vezes.
No Distrito Federal, a chegada da estiagem contribui para o aumento das infecções respiratórias e pode, consequentemente, potencializar o risco de IAM. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a umidade mínima prevista para os próximos dias no DF é de 35% e, no início de maio, o índice chegou a apenas 20%.
O cardiologista do Hospital Santa Lúcia, Fausto Stauffer, esclarece que as infecções respiratórias, assim como outras doenças inflamatórias pulmonares, podem aumentar o risco de eventos cardiovasculares como o infarto agudo do miocárdio (IAM) porque estão possivelmente relacionadas à aceleração do processo de aterosclerose, ou seja, a formação de placas nos vasos sanguíneos.
“O mecanismo ainda não está totalmente elucidado, mas sabemos que, quanto mais o nosso organismo está inflamado, maior o risco de formação de placas nos vasos sanguíneos e risco de IAM e AVC”, afirma. Por isso, de acordo com ele, todo paciente com problemas respiratórios crônicos deve redobrar atenção quanto aos fatores de risco cardiovascular.
“Controlar pressão arterial, o diabetes, as taxas de colesterol, fazer exercícios físicos regularmente, não fumar e manter o peso sob controle é fundamental para minimizar as chances de eventos cardiovasculares. Já os pacientes cardiovasculares devem evitar as doenças infecciosas respiratórias por meio da vacinação contra gripe e pneumonia. Cardiopatas, por exemplo, têm maior predisposição a adquirir problemas pulmonares e, consequentemente, agravar sua condição”, detalha Stauffer.
INFARTO – O infarto do miocárdio está entre as doenças cardiovasculares que mais matam no Brasil e no mundo. Segundo o cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, estima-se que quase 350 mil pessoas tenham morrido no país por causa da doença em 2016. Até dia 9 de junho deste ano, o medidor já estimava mais de 152 mil mortes por esta causa.
Hipertensos, diabéticos, pessoas com colesterol alterado, sedentárias, fumantes e obesas estão entre as que mais correm risco de infartar. Outros fatores, como idade avançada, sexo masculino e histórico familiar positivo para a doença, também aumentam o risco.
O principal sintoma do infarto é a dor no tórax, que pode se estender desde a mandíbula até o abdome. Além disso, o paciente pode apresentar mal-estar, dormência braço esquerdo, sensação de desmaio, suor frio, náuseas e vômitos. Ao identificar estes sintomas, o indivíduo deve procurar imediatamente uma emergência cardiológica.