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15 de July de 2020

Julho Verde: cânceres de cabeça e pescoço são o 7º tipo mais comum no mundo

Os tumores de cabeça e pescoço se desenvolvem na superfície da mucosa que reveste o trato gastrointestinal alto, atingindo a cavidade oral, orofaringe, nasofaringe, hipofaringe, laringe, esôfago cervical e tireoide. Atualmente, eles são o sétimo tipo mais comum em todo o mundo, com cerca de 650 mil novos casos.

No Brasil, os tumores malignos de cavidade oral representam a quinta neoplasia mais comum entre os homens. Quando somados os casos de cavidade oral e laringe, os tumores de cabeça e pescoço passam a ocupar a quarta posição entre os tumores mais comuns na população masculina no Brasil.

Na saúde, a campanha Julho Verde é dedicada à conscientização, durante todo este mês, sobre a doença, suas formas de prevenção e o diagnóstico precoce, quando há mais chances de cura. Para falar sobre esse assunto, convidamos a médica oncologista do Hospital Santa Lúcia, Gabriella Mendes.

Leia a entrevista e compartilhe conhecimento.

1. Esses cânceres apresentam alto índice de mortalidade? Por quê?

Os tumores de cabeça e pescoço possuem alta mortalidade e morbidade, especialmente por serem diagnosticados tardiamente, quando o tratamento é menos efetivo e o recurso cirúrgico já não é possível. Cerca de 60% desses câncer são diagnosticados em fases avançadas e, por ano, 330 mil pessoas morrem em todo o mundo por conta desses tipos de tumores.

2. Eles são preveníveis? Quais os principais fatores de risco para os tumores de cabeça e pescoço?

Os tumores de cabeça e pescoço são, em sua maioria, preveníveis. Por isso, o combate ao tabagismo e ao alcoolismo são tão importantes, assim como a vacinação contra o HPV, disponível inclusive na rede pública de saúde.

Quanto ao risco, a pessoa que fuma cigarros comuns, cachimbo ou charuto tem de 5 a 25 vezes mais risco de desenvolver um câncer de cabeça e pescoço em comparação a um paciente não tabagista.

Da mesma forma, as pessoas que ingerem mais de 50 gramas de álcool por dia têm 2 vezes mais risco de desenvolver câncer de cabeça e pescoço do que alguém que não ingere bebida alcóolica.

Além disso, o papiloma vírus humano (HPV), especialmente o Sorotipo 16, está associado ao aumento da incidência de tumores de orofaringe.

3. E os sintomas, como se apresentam?

Os principais sinais e sintomas são dificuldade e dor para engolir alimentos; rouquidão, feridas na cavidade oral de difícil cicatrização; e nodulações no pescoço.

4. Como é feito o diagnóstico deste tipo de câncer e quais os tratamentos possíveis? As chances de cura são altas?

A diagnose se dá por meio do exame clínico realizado pelo médico especialista associado a exames de imagem complementares como tomografias, ressonância, videolaringoscopia e PET-CT, além de biópsia da lesão suspeita.

Os tratamentos podem incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia, a depender do estágio em que o câncer é diagnosticado. Quando isso ocorre precocemente, os tumores de cabeça e pescoço têm uma alta chance de cura.

5. Como o Santa Lúcia está preparado para atender a pacientes com câncer de cabeça e pescoço?

O Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia conta com uma equipe multidisciplinar para o diagnóstico e tratamento de pacientes com câncer, incluindo oncologista, radioterapeuta, cirurgião de cabeça e pescoço, odontólogo, psicólogo, nutricionista e fonoaudiólogo.

Dispomos de um centro avançado de infusão de quimioterapia, assim como máquinas modernas de radioterapia, além de um centro de radiologia diagnóstica bastante tecnológico.

Uma equipe multidisciplinar bem estruturada é fundamental para o sucesso do tratamento e, no Santa Lúcia, todo o time está preparado para acolher as demandas do paciente e dos seus familiares.