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28 de June de 2015

Levar crianças ao hospital sem necessidade pode trazer riscos à saúde

A insegurança na hora de lidar com os problemas de saúde da criança faz com que muitos pais, mães ou responsáveis procurem os serviços de emergência hospitalar. Contudo, o pronto-socorro é um local onde há grande exposição à contaminação por várias doenças. “As infecções oportunistas são o principal risco, tendo em vista que, muitas vezes, o pronto-atendimento está repleto de pacientes com diversos tipos de doenças infectocontagiosas”, explica o pediatra do Hospital Santa Lúcia, Alexandre Nikolay.

 

 

De acordo com o especialista, os principais motivos pelos quais a criança costuma ser levada ao hospital para um atendimento emergencial são sintomas como febre, geralmente causada por uma infecção viral, e dor, representada principalmente por infecção no ouvido (otite).

 

 

Em todas as situações, a presença de um pediatra é fundamental. “O acompanhamento de rotina possibilita que o profissional identifique os fatores de risco para certas complicações e possa agir de forma precoce para evitar o agravamento do quadro. O desenvolvimento da criança precisa ser assistido e consultas periódicas com o pediatra de confiança são importantes para evitar riscos à saúde”, reforça Alexandre Nikolay.

 

 

No dia-a-dia, os pais ou responsáveis são as pessoas mais indicadas para observar o estado geral da criança e levá-la a um atendimento de emergência. “Aquelas que apresentam um pico febril e logo voltam à atividade normal devem ser observadas em casa. Já as que apresentam sintomas como vômitos, manchas pelo corpo, prostração – mesmo sem febre, ou febre que não cede ao uso de antitérmicos – devem ser avaliadas no pronto-socorro”, orienta o especialista.

 

 

De forma geral, o serviço de emergência deve ser procurado se a criança estiver muito “molinha” ou “caidinha”, movimentando-se menos que o normal, sonolenta ou com dificuldade para acordar; caso não consiga mamar ou beber líquidos e esteja vomitando tudo o que ingere; se apresentar convulsão (ataque), perda de consciência ou dificuldade persistente para respirar; se tiver cor amarelada na pele, urina escura ou fezes claras; ou ainda se estiver com a temperatura corporal baixa (menor ou igual a 35,5ºC) ou alta (maior ou igual a 37,8ºC).

 

 

“Quando a criança apresenta um comportamento diferente do habitual, é preciso ficar alerta”, enfatiza o pediatra. Mas em diversas situações é possível tratar a criança em casa, como no caso de uma diarreia. A não ser que seja aguda, o ideal é cuidar da criança com hidratação oral por soro caseiro sem levá-la ao hospital.

 

 

Crianças com doenças crônicas, como rinite e intolerância à lactose, quando já acompanhadas por um pediatra, também não precisam do serviço de emergência. Caso os pais ou responsáveis tenham dúvidas sobre a saúde do recém-nascido ou algum tratamento que ele esteja fazendo, o ideal é procurar o pediatra em seu consultório.

 

 

Alexandre Nikolay lembra ainda que o melhor é sempre evitar que crianças sejam levadas ao ambiente hospitalar, a não ser que elas mesmas sejam as pacientes. “Apesar disso, as crianças podem visitar os parentes de primeiro grau internados em um hospital, desde que eles não apresentem nenhuma doença infectocontagiosa. Contudo, a entrada precisa ser autorizada por um profissional de saúde”, finaliza.