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11 de October de 2015

Novo exame pode antecipar em 8 meses a detecção do retorno do câncer de mama

Um novo exame de sangue desenvolvido por cientistas da organização britânica Institute of Cancer Research pode antecipar em até 8 meses a identificação do possível reaparecimento do tumor em mulheres que já tiveram câncer de mama. A descoberta pode aumentar as chances de prevenir a recidiva da doença com tratamentos que eliminem as células cancerígenas encontradas ainda na fase pré-clínica, antes de elas se tornarem visíveis em exames de imagem e de se implantarem em tecidos.

 

 

“A descoberta precoce do câncer de mama e o início imediato do tratamento tendem a aumentar a qualidade de vida e o controle dos sintomas relacionados à doença por determinado período. Desta forma, o próximo passo desses estudos é saber se o diagnóstico antecipado do retorno do câncer trará benefícios de sobrevida global, ou seja, se vai contribuir para o aumento do tempo de vida da paciente”, explica a oncologista do Hospital Santa Lúcia, Patrícia Schorn.

 

 

As chances de retorno do câncer de mama são maiores quanto mais avançado for o estágio da doença no momento do seu diagnóstico e mais comuns entre mulheres jovens, com tumores mais agressivos e avançados. Já o percentual de cura de todos os casos primários gira em torno de 80% no Brasil.

 

 

Após o término do tratamento, a paciente precisa fazer um acompanhamento permanente de seu estado de saúde para prevenir o reaparecimento do câncer de mama. “É preciso consultar o oncologista a cada três meses nos dois primeiros anos, e a cada seis meses a partir de então para a avaliação de queixas e sintomas, além de realizar exames de sangue e físico e de imagem das mamas”, explica Patrícia Schorn.

 

 

CÂNCER DE MAMA – Mais comum em mulheres com mais de 50 anos de idade, o câncer de mama tem atingido cada vez mais jovens com menos de 40 anos. Cerca de 1,67 milhões de casos novos desse tipo de câncer em todas as faixas etárias foram esperados para o ano de 2012 em todo o mundo, o que representa 25% de todos os tipos de câncer diagnosticados nas mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). No Brasil, entre 2008 e 2012, as mortes de mulheres pela doença aumentaram de 11.813 para 13.951.

 

 

O histórico familiar continua sendo o principal fator de risco. Mulheres que fumam, ingerem quantidades excessivas de bebida alcoólica, são sedentárias, que não tiveram filhos ou que os tiveram a partir dos 30 anos ou as que não amamentaram também estão mais sujeitas à doença. As pacientes cuja origem do câncer de mama é hereditária e relacionada à mutação dos genes BRCA 1 e 2 representam cerca de 5% dos casos.

 

 

PREVENÇÃO – De acordo com o INCA, cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com uma alimentação saudável, prática de atividade física regular e manutenção do peso ideal. Em pacientes que já tiveram a doença, essas recomendações são ainda mais importantes. Está comprovado, por exemplo, que a obesidade aumenta a chance de recidiva.

 

 

Já o autoexame é uma medida educativa para que a mulher identifique alterações em sua mama, mas jamais substituirá a mamografia e o exame clínico das mamas realizado por um médico. Por isso, caso perceba qualquer alteração nas suas glândulas mamárias, a paciente deve procurar auxílio médico para investigação e esclarecimento diagnóstico.

 

 

A mamografia é o exame preconizado e deve ser feita anualmente em pacientes a partir dos 35 anos que apresentem fatores de risco, e a partir dos 40 anos nas mulheres em geral. “Além da mamografia, a ultrassonografia mamária e a ressonância nuclear magnética das mamas são exames complementares importantes”, finaliza a oncologista Patrícia Schorn.