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26 de July de 2019

O que você precisa saber para amamentar melhor

Amamentar é um ato de amor e, sobretudo, de proteção à vida. Os seus benefícios estão ligados ao desenvolvimento do bebê e à sua imunização, pois o leite protege contra infecções e alergias. O leite materno é um alimento completo, rico em ferro, cálcio, fósforo e outros nutrientes. A indicação médica é que a mãe alimente seu bebê com leite materno até o mínimo de 6 meses de idade, introduzindo a dieta sólida aos poucos, sem retirar por completo o leite humano.

Outros aspectos reforçam a importância desse ato de amor: os laços afetivos são consolidados, além de possibilitar uma recuperação mais rápida da mãe após o parto — a amamentação acelera o retorno do útero ao tamanho original e auxilia na redução de peso da lactante e na prevenção dos cânceres de mama e colo do útero.

Para ajudar você, que já é ou vai ser mãe, a entender mais sobre este assunto tão importante, convidamos a coordenadora da Neonatologia do Hospital Santa Lúcia Sul, Sandra Lins. Leia a entrevista e compartilhe conhecimento.

1. Como é a dinâmica da produção do leite materno?

Quando o bebê suga, desencadeia um reflexo hormonal: a prolactina promove a produção do leite e a ocitocina, a sua descida para a região da aréola mamária. O que é fantástico é que toda mulher pode produzir leite, mesmo que não tenha gerado o bebê que suga o seu peito, e, quanto mais ele suga, mais a produção aumenta.

2. Por que o estado emocional da mãe pode interferir na amamentação?

As pesquisas têm mostrado que quando a mulher que está amamentando está mais ansiosa, os neurônios sensoriais da mama param de enviar a mensagem para aumentar a produção de leite ao sistema nervoso e, consequentemente, ela é inibida.

3. Amamentar dói?

Quando a pega do bebê é correta, não dói amamentar. O bebê não deve sugar o mamilo, onde estão as terminações nervosas. Ele precisa abocanhar corretamente a aréola, onde ficam os bolsões de leite. Para que a mãe não sinta dor, é importante o bebê estar bem posicionado e ter uma boa pega. Isso vai evitar as fissuras mamárias. Se o bebê pegar só na pontinha, o leite não sai e a mama dói.

4. Quais as melhores posições para amamentar?

– Tradicional: o corpo do bebê deve ficar de frente para a mãe, na altura da mama, deitado.
– Invertida: o bebê fica debaixo do braço da mãe e o corpo dele corre pela lateral do seu tronco.
– Cavalinho: o bebê fica sentado, apoiado em uma das pernas da mãe, com as perninhas abertas, de frente para ela.

5. Quais são as doenças mais frequentes em crianças que não são amamentadas no peito?

A mais frequente é a diarreia. No leite materno existe um anticorpo chamado IgA secretora, que reveste toda a mucosa intestinal, protegendo-a contra infecções, e recobre também a mucosa da árvore brônquica e dos ouvidos, prevenindo otites e pneumonias. Em longo prazo, as crianças amamentadas ao seio têm menos risco de desenvolver obesidade e diabetes.

6. Como estabelecer o ritmo das mamadas? E a troca de peito?

O ideal é amamentar de acordo com a demanda, que é livre. A frequência e a duração das mamadas são definidas pela necessidade e pelos sinais do bebê. É ele que faz o horário e deve mamar em um peito até soltá-lo espontaneamente e, então, mãe deve oferecer o outro.

7. Na hora da amamentação, qual deve ser a atitude da mulher?

A mulher que vai amamentar precisa estar em um lugar confortável e na posição mais cômoda possível para ela. O contato com o seu filho, o olho no olho e tudo que envolve essa relação tão íntima são fatores determinantes de plena segurança para o bebê e de felicidade para a mãe.