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01 de February de 2018

Obesidade infantil: colesterol alto pode desencadear complicações graves

Todo mundo gosta de crianças fofinhas, rechonchudas e gostosas de apertar, certo? Mas, excluindo-se a questão cultural que reforça o “gorducho” como algo desejável na infância, a obesidade infantil pode desencadear uma série de complicações de saúde — algumas graves, como a aterosclerose (acúmulo de gordura nas paredes das artérias e dentro delas).

“A complicação cardiometabólica mais comum é a dislipidemia, popularmente conhecida como colesterol alto. Por ser silenciosa, ela pode iniciar processos ateroscleróticos desde a infância e culminar em complicações mais severas no futuro, como infarto do miocárdio, por exemplo” explica a médica endocrinologista do Hospital Santa Lúcia Sul, Patrícia Brunck.

De acordo ela, a hipertensão e hipertrofia cardíaca (aumento da espessura do ventrículo esquerdo) vêm em seguida entre as doenças mais comuns decorrentes da obesidade. “O excesso de peso também leva a outros distúrbios, como o diabetes mellitus e a gordura no fígado (esteatose hepática)”, alerta.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – Os exames periódicos de rotina desde cedo constatam a obesidade. Neste caso, além das recomendações relacionadas à alimentação e à prática de atividades físicas, se houver fatores imutáveis — como a propensão genética — o acompanhamento médico periódico deve ser feito com a realização de exames que não seriam feitos rotineiramente na infância, como perfil lipídico, curva glicêmica e marcadores de risco cardiovasculares.

O acompanhamento nutricional para orientação, principalmente dos pais, sobre a qualidade e quantidade de alimentos, somado à atenção psicossocial para tratar questões relacionadas ao estresses e transtornos de ansiedade, são recomendações importantíssimas.

“Além disso, o acompanhamento médico de um bom pediatra, com encaminhamento para profissionais especializados como endocrinologista e cardiologista, caso seja necessário, também é indispensável. Se já houver comprometimento da capacidade de fazer exercícios, por limitações ortopédicas ou metabólicas, o educador físico desempenha papel relevante no tratamento da criança”, detalha a especialista.

EM CASA – O bom exemplo dos pais ou responsáveis para auxiliar o combate à obesidade em suas crianças é essencial. “Não comprar alimentos não nutritivos e calóricos, aprender a liberar o filho para ingerir alimentos menos saudáveis esporadicamente e com consciência, incentivar a prática de atividades físicas, limitar tempo em frente à TV e ao computador e saber identificar causas psíquicas que necessitem de auxílio psicológico são ótimas estratégias”, resume a médica.

“O Hospital Santa Lúcia Sul dispõe de toda a infraestrutura necessária para a realização de exames diagnósticos, bem como de uma equipe multidisciplinar de profissionais competentes para conduzir cada caso com segurança e precisão”, finaliza Patrícia Brunck.