Pesquisa relaciona consumo de frutas a melhor recuperação das funções pulmonares
Um estudo realizado por pesquisadores norte-americanos e ingleses e publicado pelo European Respiratory Journal sugere que ex-fumantes que seguiram uma dieta rica em frutas como o tomate, além do consumo frequente de maçã, desaceleraram a perda progressiva de função pulmonar.
De acordo com a pesquisa, realizada com 680 pessoas ao longo de 10 anos, certos componentes presentes nesses alimentos podem ajudar a restaurar os danos causados pelo cigarro aos pulmões. Os dados mostram que adultos que comiam, em média, mais de dois tomates e mais de três porções de frutas in natura por dia tiveram menos perda das funções do órgão respiratório.
O consumo de tomate foi apontado pelo estudo como o que mais impactou a melhora dos pulmões de todos os adultos analisados, inclusive dos que nunca fumaram. Porém, para o oncologista do Hospital Santa Lúcia, Eduardo Vissotto, o estudo reforça a importância de uma dieta saudável e rica em frutas para a saúde de maneira geral, mas não é definitivo no que diz respeito aos efeitos em ex-fumantes.
“Ao abordar os efeitos de uma dieta específica na função pulmonar, a pesquisa sugere benefícios, mas ainda não nos oferece nível suficiente de evidência para que possamos recomendá-la rotineiramente para os pacientes. Todavia, reforça a necessidade de uma alimentação natural e balanceada”, destaca o especialista.
CÂNCER DE PULMÃO – Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o aparecimento da doença tem aumentado em 2% por ano em todo o mundo, e 80% dos casos estão relacionados ao tabagismo. A detecção precoce de qualquer doença é determinante para o sucesso do seu tratamento. No caso do câncer de pulmão, os números impressionam: em estágios iniciais, a cura pode ser superior a 90%; já em pacientes com tumores avançados, a recuperação plena é inferior a 10%.
“Pessoas a partir de 55 anos de idade e com histórico importante de tabagismo podem fazer a tomografia computadorizada de baixa dosagem, que muitas vezes consegue detectar nódulos malignos em fase inicial de desenvolvimento, permitindo aos profissionais oferecer tratamentos potencialmente curativos”, destaca Eduardo Vissotto.