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05 de February de 2016

Praticar atividade física regularmente minimiza sintomas da fibromialgia

prática regular de atividades físicas pode auxiliar pacientes com fibromialgia a melhorar a qualidade do seu sono e, consequentemente, minimizar um dos sintomas mais importantes e incômodos da doença: as dores generalizadas por todo o corpo, com sensibilidade especial nas articulações, nos músculos, tendões e em outros tecidos moles.

 

Isto porque, ao aumentar os níveis de neurotransmissores — tais como endorfina, serotonina e noradrenalina no corpo —, os exercícios contribuem para que o indivíduo atinja mais facilmente a etapa do sono profundo, o chamado sono REM (Rapid Eye Movement ou “movimento rápido dos olhos”). Esta fase, com duração aproximada de 40 minutos, é essencial para a recuperação de energia física.

 

“Durante o sono REM, o indivíduo relaxa completamente sua musculatura, o que faz com que ela descanse e se recupere melhor. É comum pacientes se queixarem de dores no corpo quando não dormem bem, a famosa sensação de “ter sido atropelado por um caminhão”, e isso tem relação direta com o sono e o relaxamento da musculatura. Se os músculos permanecem tensionados, as dores da fibromialgia aumentam”, explica a reumatologista do Hospital Santa Lúcia, Sandra Andrade.

 

De acordo com ela, as causas da fibromialgia ainda permanecem incertas, mas o sedentarismo e o distúrbio do sono contribuem para agravar os sintomas da síndrome, que vão além das dores generalizadas no corpo e também incluem dificuldades para dormir, fadiga, problemas de concentração e memória, dormência e formigamento nas mãos e pés, palpitações, entre outros.

 

“Dormir bem é fundamental, e a atividade física pode ajudar não apenas a conseguir este sono de maior qualidade, mas também a normalizar os índices de glicemia de jejum, os níveis de triglicerídeos, o HDL (colesterol) e a pressão arterial”, acrescenta Sandra Andrade.

 

DIFICULDADES PARA DORMIR – As queixas sobre a má qualidade do sono entre pacientes com fibromialgia são recorrentes. Um estudo intitulado Síndrome Metabólica e Comprometimento da Qualidade de Sono em Mulheres com Fibromialgia, realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), comprovou isto.

 

Do universo de 45 mulheres pesquisadas, 44 classificaram o seu sono como péssimo, o que corresponde a 97,7% das pacientes. Os resultados do trabalho foram apresentados no mais recente Congresso Brasileiro de Reumatologia, realizado em Curitiba no início deste mês.

 

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – Apesar de acometer pessoas de ambos os sexos e de quaisquer faixas etárias, a fibromialgia é mais predominante entre mulheres de 35 a 50 anos de idade, na proporção de 10 a 15 mulheres para 1 homem. Como seus sintomas se parecem com os de outras síndromes, consultar um reumatologista para o diagnóstico correto da doença é fundamental.

 

“Entre os critérios mais relevantes para diagnosticar a fibromilagia está a mensuração do número de tender points (pontos de dor), que são os locais anatômicos pré-determinados e dolorosos à apalpação”, explica a médica Sandra Andrade.

 

O tratamento farmacológico da síndrome pode incluir o uso de antidepressivos em doses baixas, inferiores às usadas para tratar pacientes com depressão. Associados aos medicamentos estão a prática de exercícios físicos, principalmente os aeróbicos, e as terapias cognitivo-comportamentais, com ajuda ou não de psicólogo/psiquiatra, principalmente quando existe distúrbio importante do humor do paciente.
Quando não tratada, a fibromialgia pode se tornar extremamente incapacitante e trazer diversas limitações físicas causadas pela dor não controlada. Para aliviar as dores, o paciente acaba precisando utilizar medicamentos cada vez mais potentes, em doses mais elevadas e com efeitos colaterais mais importantes, comprometendo o desempenho motor e cognitivo.

 

“Aderir ao tratamento e conhecer melhor a doença é essencial para melhor enfrentá-la. Com estas atitudes, o indivíduo com fibromialgia pode alcançar o efetivo controle da doença, ou seja, a cura, ou ainda controle parcial, que permite levar a vida pessoal e profissional de forma muito satisfatória”, finaliza Sandra.