QUALIDADE ASSISTENCIAL REDUZ INFECÇÃO EM AMBIENTE HOSPITALAR
Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares é lembrado nesta segunda-feira, 15 de maio
O controle de infecções vinculadas à assistência à saúde – processos infecciosos adquiridos em qualquer ambiente de serviço de saúde 72 horas após chegada do paciente ou manifestados até sete dias após sua saída – é fundamental para garantir a segurança e o sucesso nos tratamentos de saúde.
No Hospital Santa Lúcia, a prevenção dessas infecções, antes chamadas apenas de hospitalares, recebe atenção especial e conta com um time preparado para supervisionar a higienização dos espaços, capacitar e auxiliar todas as equipes de atendimento aos pacientes.
“Utilizamos protocolos validados pela Anvisa e, juntamente com o setor de qualidade do hospital e o Núcleo de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (Niras), aprimoramos permanentemente nossos processos de trabalho”, explica o médico infectologista Werciley Júnior, chefe da Comissão de Controle de Infecções Vinculadas à Saúde do Santa Lúcia.
De acordo com ele, os profissionais do Niras atuam junto a todas as equipes do Hospital, especialmente em parceria com os profissionais que trabalham com pacientes submetidos a procedimentos invasivos, a exemplo da introdução de cateter venoso central, os que estão respirando por meio de intubação ortotraqueal e os que fazem uso de sondas.
“Fazemos este controle com o auxílio de toda a área assistencial, em especial o grupo que trabalha com o cateter central de inserção primária (PICC, na sigla em inglês), com o uso de medidas de controle dos dispositivos ventilatórios e com a equipe de enfermagem que lida diretamente com os pacientes”, detalha o especialista.
AS INFECÇÕES – Dentro do ambiente hospitalar, as infecções adquiridas mais comumente são as respiratórias (pneumonias), da corrente sanguínea (vinculadas ao uso de cateter intravenoso) e urinárias, por causa do uso de sondas.
Como o paciente já se encontra fragilizado por conta de sua condição prévia de saúde, uma infecção contraída em ambiente hospitalar pode não apenas prejudicar e duplicar o tempo necessário para a recuperação, mas também aumentar os custos do tratamento e, em casos mais graves, até mesmo levar o indivíduo à morte. Por isso, todo cuidado é pouco.
DIAGNÓSTICO RÁPIDO – A identificação de uma infecção vinculada à assistência àsaúde é realizada por meio do exame clínico do paciente pelo médico responsável, associado à coleta de exames chamados de ‘culturas’, que permitem precisar o agente causador.
Para isso, o Santa Lúcia utiliza um dos métodos mais modernos. “Aqui, trabalhamos com uma metodologia de identificação de micro-organismos denominada ‘Maldi Tof’, que nos permite identificar as bactérias em até 48 horas. Utilizando métodos convencionais, essa identificação demoraria até sete dias”, compara Werciley Júnior.
PREVENÇÃO – A higienização das mãos com álcool ou água e sabão antes e depois de tocar no paciente ou em seus pertences e a educação continuada de profissionais são duas das ferramentas mais resolutivas para prevenir as infecções relacionadas à assistência à saúde.
“Além disso, todo paciente pode cobrar essa higienização das mãos dos profissionais que o atendem. Já os familiares, além dessa cobrança, podem também ajudar o controle das infecções evitando transitar nas dependências do hospital para visitar outros pacientes”, recomenda o infectologista.
COMO AGIR EM CASO DE INFECÇÃO – Caso um paciente seja diagnosticado como portador das chamadas bactérias de interesse hospitalar, ele é imediatamente transferido para uma área isolada e os profissionais que lidam com este paciente passam a utilizar equipamentos especiais para evitar a disseminação da bactéria em outros ambientes da unidade.
A partir daí, a equipe de controle busca identificar em que situação o paciente contraiu a infecção para aperfeiçoar os processos e evitar que o fato se repita. Por fim, toda a equipe do setor onde o caso ocorreu recebe um novo treinamento.
“Todos os setores do Hospital devem estar comprometidos com o controle de infecções, e o Niras tem o dever de manter esta cadeia funcionando, identificando pontos de atenção e contribuindo para aperfeiçoar o trabalho do grupo”, finaliza o médico.
Leia também: Equipe exclusiva de terapia intravenosa aumenta segurança e evita infecções em pacientes