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06 de September de 2015

Situações de estresse podem desencadear crises de asma

O estado emocional do indivíduo pode contribuir para o surgimento, agravamento ou para desencadear momentos de crise de várias doenças, inclusive as respiratórias. O estresse está entre os fatores desencadeantes das crises de asma, doença inflamatória das vias aéreas que, ao provocar o estreitamento dos brônquios (pequenos canais de ar dos pulmões), dificulta a passagem do ar, comprometendo a respiração e tornando-a mais difícil.

 

 

“Apesar de não ser agente causador da doença, o estresse é um gatilho para a crise de asma nos pacientes que já têm a enfermidade e pode piorá-la”, explica a pneumologista do Hospital Santa Lúcia, Clarice Freitas. “Já em pessoas não asmáticas, o estresse pode provocar a chamada dispneia psicogênica — ou ‘falta de ar suspirosa’ —, característica do quadro emocional ligado ao transtorno de ansiedade”, acrescenta.

 

 

A asma é uma das condições crônicas mais comuns e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), acomete cerca de 235 milhões de pessoas em todo o mundo. Estima-se que, no Brasil, cerca de 10% da população sofra com o problema. De acordo com a especialista, não apenas os adultos, mas também as crianças podem ser vítimas de crises da doença provocadas por situações estressantes.

 

 

“A depressão, o estresse crônico e fatores como a exposição à violência na convivência familiar ou em comunidade estão associados ao aumento da frequência das crises de asma, de forma geral. Já a depressão de familiares está associada à asma mais grave em crianças”, revela a médica Clarice Freitas. Segundo ela, manter o autocontrole e tratar eventuais doenças, como a depressão e a ansiedade crônica, são atitudes essenciais para evitar uma crise.

 

 

Mas, se ela chegar, o que fazer? As principais recomendações ao paciente que, numa situação de estresse, sente a crise se aproximar são usar as medicações de alívio recomendadas na terapia prescrita pelo médico que o acompanha, como broncodilatadores de ação rápida, por exemplo, ou até mesmo os de ação longa, utilizados continuadamente pelos que apresentam crises persistentes.

 

 

SINTOMAS E DIAGNÓSTICO – Dispneia (dificuldade de respirar), tosse seca, sibilância (chiados respiratórios) e opressão ou desconforto torácico estão entre os principais sintomas da asma. No caso de crianças de até cinco anos, o diagnóstico de asma deve ser baseado, principalmente, em aspectos clínicos.

 

 

Episódios isolados de sibilância não caracterizam necessariamente a asma, que exige uma investigação mais cuidadosa, com testes de broncoprovocação — como a espirometria antes e após o uso de broncodilatador — para ser diagnosticada. Por isso, consultar um especialista é fundamental.

 

 

TRATAMENTO – Apesar de não ter cura, a asma deve ser controlada com tratamento adequado. “É preciso ter atenção e seguir a terapêutica prescrita, já que, em situações de crise, a doença pode causar até mesmo o óbito do paciente”, alerta Clarice Freitas.

 

 

Além dos medicamentos, o paciente — ou os pais e cuidadores, no caso de crianças com asma — deve estabelecer uma relação de parceria e confiança com seu médico para assumir papel central no tratamento de sua doença.