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28 de February de 2019

Terapia com radioisótopos é alternativa no tratamento de pacientes com câncer

A terapia com radioisótopos, também conhecida como terapia molecular dirigida por radionuclídeo ou radioterapia molecular, envolve a utilização de um composto de droga radioativa, chamado radiofármaco, que busca e destrói as células cancerígenas.

 

“Quando injetado na corrente sanguínea do paciente, o radiofármaco viaja até o local da doença e a radiação emitida por ele destrói as células cancerígenas. A grande vantagem desses medicamentos é que o dano aos tecidos saudáveis é pequeno. Isso ocorre porque essas drogas são direcionadas quase que exclusivamente para as células tumorais, que serão mortas pela radiação. O efeito da radiação para as células normais em torno do tumor é muito pequeno, fazendo com que essas não sejam danificadas pelo tratamento. Por isso a terapia molecular é também conhecida como terapia direcionada”, explica a médica especialista em Medicina Nuclear e Imagem Molecular do Santa Lúcia, Karina Mosci.

 

De acordo com ela, a radioterapia molecular é uma forma de tratamento personalizado para o câncer, na medida em que esses radiofármacos podem ser adaptados às propriedades moleculares do tumor e às características biológicas únicas do paciente.

 

Indicações – Hoje existem radiofármacos disponíveis para tratar diversos tipos de tumor, incluindo o câncer de próstata avançado, metástases ósseas, câncer cerebral, câncer de ducto biliar, câncer de fígado e neuroblastoma, e pesquisadores têm trabalhado no desenvolvimento e teste de novos produtos.

 

De maneira geral, esses tratamentos são indolores e não requerem internação. Embora a quantidade de radiação no corpo do paciente após a terapia com radioisótopos seja maior que a normal, esses tratamentos são seguros e os níveis de radiação diminuem com o tempo, durando geralmente apenas alguns dias. O número de aplicações necessárias para o tratamento é baseado na necessidade de cada indivíduo.

 

“É importante notar que, na maior parte das vezes, essas terapias não são a primeira abordagem para o tratamento do câncer de um paciente, por isso é necessário que o médico oncologista indique qual o melhor momento para prescrever esses medicamentos”, detalha a médica.

 

“A terapia com radioisótopos também pode ser útil quando combinada com outras formas de tratamento. Sua indicação depende de cada paciente e dos demais tratamentos que ele também precisará fazer. Por isso, a decisão sobre seu uso deve ser tomada conjuntamente com o médico oncologista e com o médico nuclear. O Hospital Santa Lúcia já disponibiliza tratamento molecular com o radiofármaco Radio-223 para tratamento do câncer próstata”, informa.