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02 de May de 2016

Tomografia computadorizada PET-CT permite diagnóstico precoce do câncer de pulmão

O câncer de pulmão é o tumor maligno mais comum em todo o mundo, com incidência de 1,82 milhão de novos casos a cada ano. Para diagnosticá-lo de forma precoce e aumentar as chances de cura dos pacientes, um dos exames mais eficazes é a tomografia computadorizada por emissão de prótons, chamada de PET-CT.

“Com esse exame é possível detectar as mudanças metabólicas nas células malignas antes que ocorram alterações anatômicas no corpo do paciente. Isso significa que conseguimos identificar os tumores numa fase inicial e, consequentemente, começar precocemente o tratamento, com melhores chances de recuperação e sobrevida do paciente”, explica o cirurgião torácico do Hospital Santa Lúcia, Manoel Ximenes.

Para realizar o PET-CT, o paciente recebe uma injeção de glicose marcada com um composto radioativo que se distribui pelo corpo todo, mas que se concentra em maiores quantidades nos tecidos tumorais. As imagens dessas áreas aparecem como manchas ou regiões de brilho mais intenso porque os tumores malignos apresentam metabolismo mais acelerado e consomem mais glicose que os tecidos sadios.

Além de muito recomendado para detectar a presença e o estágio do câncer de pulmão, o PET-CT é utilizado para avaliar a resposta do tumor ao tratamento, a presença de nódulo pulmonar solitário indeterminado, a suspeita de recorrência da doença e, no tipo de câncer chamado de mesotelioma (localizado no tecido que reveste os pulmões), guiar a biópsia e fazer o estadiamento antes da cirurgia ou da radioterapia.

“Em pacientes diabéticos, o exame pode ter contraindicação, mas se a glicemia estiver controlada, é possível realizá-lo”, detalha Manoel Ximenes. A sobrevida do paciente em longo prazo depende do estágio em que a doença é diagnosticada e varia, em média, de 13% a 21% dos casos nos países desenvolvidos, e de 7% e 10% nos países em desenvolvimento.

CÂNCER DE PULMÃO – O câncer de pulmão é responsável por 20% de todos os óbitos por câncer. Cerca de 90% dos casos da doença estão relacionados ao tabagismo e, por isso, não fumar é a principal orientação para preveni-la.

Quando comparados aos não fumantes, os tabagistas têm cerca de 20 a 30 vezes mais risco de desenvolver tumores pulmonares. “Daí a necessidade de evitar os fatores de risco. O principal deles é, sem dúvida, o tabagismo, mas também são importantes fatores a obesidade, o sedentarismo e a poluição urbana”, acrescenta o especialista.

Como o consumo de cigarro é maior entre indivíduos do sexo masculino, o câncer de pulmão atinge anualmente cerca de 1,24 milhão de homens e 523 mil mulheres no planeta. No Brasil, a estimativa é de 28.220 casos anuais, sendo 17.330 homens e 10.890 mulheres, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Entre os principais sintomas da doença estão a tosse e o sangramento pelas vias respiratórias. Os tratamentos podem incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia.