Um em cada seis homens desenvolverá câncer de próstata ao longo da vida
Um em cada seis homens, o que representa aproximadamente 16% da população masculina, desenvolverá o câncer de próstata ao longo da vida. A doença é o segundo tumor mais frequente e também o segundo que mais mata homens em todo o mundo.
De acordo com a projeção do Instituto Nacional do Câncer José Alencar (Inca), 61,2 mil homens deverão ser acometidos por esta neoplasia este ano no Brasil. Por isso, é fundamental fazer exames preventivos anuais a partir dos 50 anos de idade para pessoas sem fatores de risco ou dos 45, caso haja histórico da doença na família e tabagismo.
“A incidência da doença aumenta com o envelhecimento, de modo que a chance de se ter o câncer de próstata aos 50 anos é de aproximadamente 10. Ela chega a 60% nos indivíduos acima de 80 anos”, revela o Uro-oncologista do Hospital Santa Lúcia, Rafael Rocha, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
Segundo o especialista, a etnia também é um importante fator de risco. “A frequência do câncer de próstata é 70% menor em homens orientais. Por outro lado, homens da raça negra têm o dobro das chances de desenvolver a doença”, afirma.
Como não costuma apresentar sintomas em estágios iniciais, a consulta anual ao proctologista é decisiva para a descoberta precoce da doença, o que eleva as chances de cura para até 95% dos casos.
Nestas avaliações periódicas, o especialista realiza o exame digital da próstata e solicita exames de sangue para medir a dosagem sérica dos níveis de PSA (Antígeno Prostático Específico), proteína que pode indicar a possibilidade de câncer de próstata.
“Quando um destes exames encontra-se alterado, é indicada a realização da biópsia prostática, que confirma ou afasta a presença da doença. Se o diagnóstico é feito em fases iniciais, somos capazes de propiciar tratamentos curativos para maioria absoluta dos pacientes. No entanto, em fases tardias a chance de cura é, às vezes, inalcançável. O diagnóstico precoce é nossa maior arma para vencer essa batalha”, enfatiza Rafael Rocha.
CONFIRMAÇÃO – O câncer de próstata começa como uma doença localizada, restrita à próstata, mas pode se tornar localmente avançada – quando o tumor invade estruturas e/ou órgãos adjacentes, como as vesículas seminais e a bexiga por exemplo).
Se o diagnóstico e tratamento não for feito em uma destas fases, a doença pode evoluir para a fase mais avançada, ou seja, metastática – quando o tumor se espalha para outras partes do corpo, como os gânglios e os ossos, por exemplo.
A identificação do estágio do tumor é feita por meio de exames de imagem, como ressonância magnética do abdome e cintilografia óssea. Recentemente, a cintilografia vem sendo substituída por um exame de maior acurácia, chamado de PSMA PET-CT. Ele permite identificar tumores além da próstata com mais precisão do que outros métodos.
TRATAMENTO – Diversos parâmetros são utilizados para definir a melhor forma de tratar o câncer de próstata. O que definirá o melhor caminho a ser seguido – quimioterapia, radioterapia e/ou cirurgia – é a extensão da doença, a agressividade das células que formam o tumor e as medidas do PSA no momento do diagnóstico.
“A abordagem do paciente com câncer de próstata é multidisciplinar e pode envolver quase todas as áreas do hospital, a depender do estadiamento e da gravidade da doença. Alguns setores como a radiologia, medicina nuclear, oncologia e urologia estão quase sempre envolvidos”, finaliza o Uro-oncologista Rafael Rocha.