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07 de April de 2020

Vacinação adequada pode controlar aumento dos casos de sarampo no Brasil

Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de erradicação do sarampo em seu território. Mas a conquista não durou muito. Em 2019, a doença voltou a circular no país. Em 2020, foram notificados em todo o território nacional 2.184 casos suspeitos de sarampo. Destes, 338 foram confirmados e 291 descartados. Permanecem em investigação outros 1.555*.

De acordo com a médica infectologista do Hospital Santa Lúcia, Marli Sartori, a falta de cobertura vacinal levou ao ressurgimento da doença e tem causado as mortes. “Como sarampo é transmitido por via respiratória, por meio da fala, da tosse e do espirro, é uma doença de fácil contágio e que precisa ser controlada por meio da vacinação”.

A especialista reforça que a vacina é segura, tanto a tríplice viral como a tetraviral. Ambas são fornecidas pelo Ministério da Saúde, que este ano estabeleceu a meta de vacinar 3 milhões de crianças e jovens de 5 a 19 anos. “Estudos mostram que a pessoa vacinada tem uma proteção 200 vezes maior em relação ao indivíduo não vacinado. Para estarmos protegidos, todos devemos receber duas doses da vacina durante a vida”, reforça.

Os principais sintomas do sarampo são mal-estar geral, febre, manchas vermelhas que aparecem no rosto e vão descendo por todo o corpo, tosse, coriza e conjuntivite. A quem apresentar doenças agudas febris moderadas ou graves, recomenda-se adiar a vacinação até modificação do quadro.

A vacina também não é indicada a quem recebeu imunoglobulina, sangue e derivados, transplantados de medula óssea, quem apresenta alergia ao ovo e gestantes. Além disso, pessoas em tratamento quimioterápico, crianças prematuras, portadores de HIV ou que fazem uso de medicações que baixam a imunidade precisam de receita médica para serem vacinadas com segurança.

Entre as principais complicações do sarampo estão infecção neurológica, sinusites e pneumonia, sendo essas as principais causas de internação hospitalar e de evolução para o óbito. “Prevenir a doença é possível a partir dos 6 meses de vida, quando devemos levar os bebês para iniciar a imunização”, finaliza Mari Sartori, ao destacar que o Hospital Santa Lúcia conta com uma equipe preparada para o diagnóstico e tratamento da doença.