É um tumor maligno que se origina quando células pulmonares sofrem uma série de mutações em seu DNA, muitas vezes causadas por fatores de risco, fazendo com que essas células percam os mecanismos de controle de divisão celular e cresçam indefinidamente, formando massas. Essas células adquirem a capacidade de infiltração e disseminação, podendo gerar metástases e lesões em outros órgãos formadas pelas mesmas células mutadas do pulmão que atingem a corrente sanguínea.

No fim do século XX, o câncer de pulmão já havia se tornado uma das principais causas de morte evitáveis no mundo. Para o ano de 2018, são estimados 31.270 novos casos de câncer de pulmão no Brasil, sendo 18.740 em homens e 12.530 em mulheres. No país, ele foi responsável por 26.400 mortes em 2015.

Quais são as principais causas e fatores de risco deste tipo de câncer?

O hábito de fumar é o grande vilão, responsável por até 80% dos casos. O tabaco possui muitas substâncias químicas carcinogênicas, que agridem diretamente o DNA das células pulmonares. O tabagismo passivo também é fator de risco. Em situações mais raras, também é possível que mutações específicas sejam responsáveis pelo desenvolvimento do câncer de pulmão em pessoas mais jovens que nunca fumaram. Existem outros fatores relacionados à exposição ocupacional (arsênio, cromo, asbesto, sílica, cádmio, radônio, entre outros), mas com menor impacto do que o tabagismo e derivados.

Quais são os subtipos deste câncer?

Em geral, eles são divididos em dois grandes grupos: os carcinomas de células não pequenas e os carcinomas de pequenas células. O primeiro é o mais frequente, sendo os adenocarcinomas e os carcinomas epidermoides os mais comuns desse conjunto.

Como é feito o seu diagnóstico?

Os sintomas relacionados ao câncer de pulmão variam de acordo com a localização do tumor. Pode ocorrer tosse, geralmente seca, persistente; falta de ar progressiva; dor torácica contínua, presença de sangue no escarro; pneumonias de repetição ou mal curadas; inchaço no pescoço ou na face; perda de peso importante; e rouquidão prolongada.

A principal maneira de prevenir surgimento do câncer de pulmão é evitando os fatores de risco, especialmente o tabagismo. Porém, a detecção precoce desses tumores aumenta em muito a chance de cura.

A tomografia de tórax de baixa dose é o exame indicado para rastreamento de câncer de pulmão em pessoas entre 55 e 74 anos com consumo de tabaco maior que 30 anos/ maço. O cálculo é feito multiplicando-se o número de maços consumidos por dia pelo total de anos em que o paciente se expôs ao tabagismo. O exame é realizado anualmente desde que não tenha achados anormais. Se os exames identificarem nódulos pulmonares suspeitos, deve-se proceder a uma biópsia para confirmar a sua natureza.

Nódulos malignos são muitas vezes detectados em fase inicial de desenvolvimento, permitindo aos profissionais oferecerem ao paciente tratamentos potencialmente curativos. Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário que seja realizada uma biópsia e, a seguir, os exames de estadiamento, que têm por objetivo saber quão avançada está a doença. Os testes mais frequentemente utilizados para isso são a tomografia, a ressonância de crânio, o PET-CT, a cintilografia óssea e a mediastinoscopia.

Quais são os principais tratamentos para a doença?

O tratamento do câncer de pulmão deve envolver equipe multidisciplinar (várias especialidades médicas e outros profissionais de saúde) e inclui cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo, isoladas ou combinadas, a depender da classificação e estadiamento da doença.

O Hospital Santa Lúcia tem um excelente time de profissionais que realiza reuniões multidisciplinares para debater os casos, a fim de alcançar as melhores estratégias para cada paciente, buscando sempre um tratamento humanizado e individualizado. A instituição conta ainda com uma excelente equipe de Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Odontologia e Psicologia para melhor atender as pacientes com câncer de pulmão.