O carcinoma de células renais (CCR) representa 2 a 3% de todos os tipos de câncer, com uma incidência estimada em 12 casos para cada 100 mil habitantes. Ele é o 3° tumor urológico mais frequente e o mais letal dentre estes. Os homens são 1,5 vezes mais acometidos que as mulheres, com um pico de incidência entre os 60-70 anos de idade.

Quais são as principais causas e fatores de risco deste tipo de câncer?

A maioria dos tumores de rim ocorre de maneira esporádica e tem como principais fatores de risco o tabagismo (que, isoladamente, aumenta em três vezes a chance de desenvolvimento da doença), a obesidade e a hipertensão. A exposição ao cádmio, chumbo e derivados da gasolina também aumentam a chance de surgimento da doença. Algumas vezes, o aparecimento deste câncer pode estar associado a síndromes hereditárias, como a de von Hippel-Lindau e o carcinoma renal hereditário.

Quais são os subtipos deste câncer?

Os principais tipos de carcinomas renais são: de células claras (70 a 80% de todos os casos), papilar (10 a 15% dos casos), cromófobo (5% dos casos) e de ductos coletores de Bellini, um subtipo raro, que corresponde a 1% dos casos.

Como é feito o seu diagnóstico?

A maioria dos tumores renais é diagnosticada incidentalmente (60 a 70% das vezes) durante a realização de algum exame de imagem, como ecografia ou tomografia do abdômen. Estes exames são normalmente feitos por outros motivos, sem a presença de nenhum sintoma específico. São chamados incidentalomas (tumores descobertos por acaso), o que acaba proporcionando uma maior chance de cura ao paciente. Os sinais e sintomas mais comuns, quando presentes, são hematúria (sangramento na urina), dor abdominal e uma massa abdominal palpável que podem significar uma doença avançada.

Quais são os principais tratamentos para a doença?

O tratamento curativo do câncer de rim é eminentemente cirúrgico, podendo ser tratado por técnicas de ablação percutânea em alguns casos selecionados. A ressecção cirúrgica (nefrectomia) pode ser parcial — quando removemos apenas o tumor, preservando a parte do rim sem acometimento — ou radical — quando o rim acometido é removido completamente, junto com o tumor. O que determina o tipo de cirurgia a ser realizada são as características e dimensões tumorais.

Atualmente, a forma menos agressiva de realizar o tratamento cirúrgico é por meio da videolaparoscopia — técnica minimamente invasiva em que a cirurgia é realizada através de pequenos furos no abdômen, sem a necessidade de grandes cortes, permitindo que o paciente tenha uma recuperação mais precoce e menos dolorosa.

Quando descoberto em fases iniciais, o tumor de rim tem altas chances de cura, o que reforça a importância de manter um acompanhamento regular e preventivo com seu urologista. Evitar o tabagismo, ter uma vida saudável e controlar o peso corpóreo são importantes medidas protetoras.

O Hospital Santa Lúcia tem um excelente time de profissionais que realiza reuniões multidisciplinares para debater os casos, a fim de alcançar as melhores estratégias para cada paciente, buscando sempre um tratamento humanizado e individualizado. A instituição conta ainda com uma excelente equipe de Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Odontologia e Psicologia para melhor atender as pacientes com câncer de rim.